brasil1970

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Campus de fútbol

Revendo minhas antigas Quatro Rodas das décadas de 70-80, percebo que certos ítens como portas traseiras, vidros elétricos, direção hidráulica e ar-condicionado eram luxos restritos apenas a poucos carros, como os top Ford Landau e Dodge Le Baron. Mais do que luxo, eram quase que excentricidades, coisas supérfulas. Por que uma Brasília, um  Fiat e um Chevette precisariam destas coisas?
Hoje, com a possibilidade
de se comprar carros pagando em 60 meses, são raros os casos de pessoas que abdicam destes ítens. Talvez no futuro o mesmo aconteça com air-bag, freios ABS e piloto automático, e o que hoje é luxo torne-se algo cotidiano em nossa frota.
Mas ainda não chegamos lá, ao menos a grande maioria da população, parcela na qual me incluo. Em minha viagem pela Argentina quase tive que apelar para alternativas como um tijolo no acelerador (a geometria e o alinhamento estavam OK), pois percorri centenas de quilômetros em linha reta, mas reta mesmo, em um terreno absurdamente nivelado. Tenho certeza que os agricultores argentinos não saberiam como fazer uma curva-de-nível.
Pois esta é a paisagem pela qual passei após sair de Santa Fé e que me acompanhou por muito tempo. O primeiro estádio que encontro na sequência do meu roteiro é o Oscar Boero, do Sportivo Belgrano  de San Francisco, junto a Ruta 19 e… pensando bem, minha viagem é longa, é melhor deixar este para uma próxima.
E continuou meu trajeto, acompanhando a monótona, plana e agrícola paisagem do interior argentino por muito tempo, até que comecei a visualizar algumas serras. Já estava me aproximando de Córdoba, o segundo destino da minha viagem, terra do Talleres, do Belgrano e do Instituto. Aliás, numa rápida pesquisa na literatura e na internet, descobri ainda a existência de outros dois times cordobeses, o Racing e o General Paz Juniors. Mas estranho seria se eu tivesse ouvido falar de um time que joga a quarta divisão do campeonato nacional, como é o caso deste último.
Quanto à cidade, esperava mais dela: tenta vender uma imagem colonial, mas não chega nem ao pés de lugares como Colônia no Uruguai. O grande destaque desta que é a segunda maior cidade castelhana são suas universidades. Somente a Universidad Nacional de Córdoba, a mais antiga do país, abriga inacreditáveis 180.000 alunos, segundo me informou o guia durante a visita ao local. Ou seja, está mais para uma Santa Maria crescida do que para Cartagena. Mas minha visita foi um pouco frustante: primeiro, um estranho acidente com a água do mate quase deixa o signatário maneta. Não descarto a hipótese de um atentado perpetrado por certos admiradores do futebol alternativo, .
mao-queimada

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