CHARANGA DO CRUZEIRO
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A
charanga do Cruzeiro existiu nos anos 60 e 70 tendo seu fim no inicio
dos anos 80. Felicio Brandi o então presidente do clube queria uma
charanga para animar a torcida assim que o Mineirão surgisse. Convidou
então o apresentador de um programa de auditorio com grande sucesso em
Belo Horizonte: Aldair Pinto. No programa de Aldair passaram inumeros
cantores que depois vieram a ser conhecidos em todo pais como Agnaldo
Timoteo e Clara Nunes. Esta cruzeirense fanática passou a ser a madrinha
do Cruzeiro. Pois então Aldair Pinto começou a formar sua charanga,
levando musicos experientes e acostumados com o samba. Surgia assim a
charanga do Cruzeiro ou do Aldai Pinto como ficou conhecida. A charanga
tinha por costume entrar com seus integrantes em silencio, sem tocar
nenhum instrumento . Somente depois que os cerca de 15 integrantes se
posicionavam nos seus lugares e quando o maestro Aldair Pinto dava o
sinal é que a musica começava. Quando ela começava parecia ter iniciado
um ensaio de escola de samba. A charanga tocava ritmos caracteristicos
que somente a torcida cruzeirense cantava.
Outra
tradição da charanga era que seus musicos tocavam em cima de uma grande
bandeira do Cruzeiro que ficava estendida na arquibancada. Aldair Pinto
somente deixava seus musicos tocarem quando o Cruzeiro estava de posse
da bola . Era um empurrão aos jogadores e ao time que sempre valorizou o
toque de bola. Quando o adversario tomava a bola eles terminavam o
ritmo tocado. As excessões eram quando tocavam musicas longas como o
hino do clube.
Desde a década de 1960, a Charanga do Galo agita a Massa Atleticana nos estádios
A
charanga do Galo nasceu de um grupo de atleticanos integrantes de uma
escola de samba chamada Surpresa, no bairro Lagoinha. Eles resolveram
unir a música e a paixão pelo Atlético. Na década de 60, Júlio,
comerciante da cidade, resolveu patrocinar a idéia e chamou Bororó, um
grande músico mineiro para comandar os músicos. O que era uma simples
diversão virou coisa séria e se formou a Charanga do Galo. A entrada da
charanga nas arquibancadas era uma festa. Caracterizada pelos
instrumentos de sopro que marcavam o ritmo do grito de guerra " Gaaaalo"
os musicos iam entrando um a um ritmados e contagiando a torcida
atleticana. Cerca de 20 integrantes compunnham a charanda do Galo ou do
Julio como muitos definiam. Era uma charanga diferente das demais que
somente usavam instrumentos de batuques como surdos, caixas, taraus ,
repiniques pois eles tocavam trombone de vara.
Há
quarenta anos,a charanga sobe para a arquibancada aplaudida e embalando
a Massa Atleticana com o Hino ao Clube Atlético Mineiro
A
ultima rodada do campeonato mineiro de futebol foi uma guerra - de
nervos, de expectativa e vaidades.O domingo parou em Belo Horizonte e as
atenções se voltaram para o Mineirão, onde o Cruzeiro ganhou o direito
de ser tetracampeão.Jogo duro contra o seu grande adversario, o
Atlético, que já entrou em campo perdendo: ao Cruzeiro, até a derrota
servia.O que realmente foi disputada neste ultimo domingo foi a
invencibilidade do Cruzeiro, que atravessou todo o campeonato sem
nenhuma derrota e apenas cinco empates. Sua defesa , a menos vazada; seu
ataque, o mais positivo. Só Tostão fez vinte gols, e novamente é o
artilheiro.
Até
o ultimo momento da partida houve duvidas. O Atlético ganhava de um a
zero e a invencibilidade estava em risco. Mas Evaldo teve uma crise de
genialidade, fez uma bonita jogada e empatou a partida aos 47 minutos,
já no periodo dos descontos. Um a um. Dai para o fim do jogo foi um
pulo, o campeonato terminou, as comemorações se iniciaram. Alem de ser
tetracampeão de Minas Gerais, o Cruzeiro é tambem o unico campeão do
Mineirão, pois desde que o estadio foi levantado, em 1965, não houve
outro campeão que não ele.
Revista "O Cruzeiro" de 21 de setembro de 1968
O PROBLEMA NÃO É SABER QUEM VAI PERDER DO CRUZEIRO; É SABER QUEM PODE GANHAR
A
arrecadação chegou a quase NCr$ 226 mil, e o publico espectador somou
mais de 86 mil pessoas. Na verdade, estas pessoas começaram a ver a
tetracampeonato do Cruzeiro a partir de 1965, quando o time levantou o
campeonato com apenas uma derrota, para o Renascença. Em 66, tambem uma
derrota , desta vez para o Valeriodoce.Em 1967 foi tricampeão com duas
derrotas. E agora em 68 a vitoria foi total, indiscutivel, confirmadora.
Dentro do panorama esportivo brasileiro, o Cruzeiro forma como uma das
peças mais importantes. E vai tentar, em 69 , o pentacampeonato, que vai
dar muito o que falar naquele estado tão silencioso de Minas Gerais.
Dirceu Lopes disputando a bola com Oldair. No fundo o lateral Murilo assiste a tudo.
A história do Atlético é marcada por muitas conquistas e vitórias
inesquecíveis ao longo dos seus pouco mais de 100 anos. Na década de 50,
porém, mesmo detentor maior de conquistas de campeonatos mineiros, a
torcida alvinegra sofria de um tabu; não obter 3 conquistas
consecutivas. O tricampeonato sempre escapava na hora da decisão.
Perdera decisões históricas nas décadas anteriores, e muitas das vezes
com um time entrando como favorito na decisão, como na então recente
decisão de 48, quando num jogo polêmico perdeu para o América e em 1951
para o Vila Nova em pleno Independência. Seus rivais, América, Cruzeiro e
Vila Nova já tinham provado este gostinho do tricampeonato, o que
tornou uma obsessão ainda maior para o Galo e sua torcida.
Em 1954, porém, este tabu foi quebrado em dramáticos jogos contra o
Cruzeiro, numa decisão histórica que parou a cidade e a torcida
atleticana promoveu seu maior carnaval fora de época até então. Ganhar
campeonato Mineiro naquela época era a glória máxima, e ser tricampeão
era mais valoroso ainda. Esta sequência ainda perdurou até o
pentacampeonato de 56. Esses momentos são registrados pela Revista "O
Cruzeiro" e "Alterosa" de 1955;
REVISTA "O CRUZEIRO"
.
REVISTA "ALTEROSA" MOSTRANDO TODA A FESTA DO TIME E DA TORCIDA
Time atleticano posa para a foto na decisão. Embaixo a festa da torcida nas lotadas arquibancadas do Independência.
Diversos
jogadores atuaram tanto no Cruzeiro quanto no Atlético. Alguns foram
muito bem em ambos como Nelinho, Luisinho, Eder , Toninho Cerezo
e Palhinha. Já outros somente foram idolos por um lado, que o digam
Renato Gaucho, Reinaldo, Guilherme , Fabio Jr entre outros.
Confiram e lembrem de alguns destes jogadores que envergaram as duas camisas.
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ESTES JOGARAM PRIMEIRO NO ATLÉTICO E DEPOIS NO CRUZEIRO
EDER ALEIXO - Atletico 80/85 - Cruzeiro 93
LUSINHO - Atletico 78/89 - Cruzeiro 92/94
PAULO ISIDORO - Atletico 73/79 e 85/87 - Cruzeiro 88/89
TONINHO CEREZO - Atlético 72/83 - Cruzeiro 94
WILLIAN - Atlético 57/64 - Cruzeiro 65/67
GUILHERME - Atletico 99/ 2002 - Cruzeiro 2004
LAZZAROTTI Atlético 39/43 - Cruzeiro 53/57
REINALDO - Atlético 73/86 - Cruzeiro (2 jogos)
ESTES JOGARAM PRIMEIRO NO CRUZEIRO E DEPOIS NO ATLÉTICO
NIGINHO - Cruzeiro 29/33 e 38/42 - Atletico (1 jogo)
NELINHO - Cruzeiro 73/82 - Atletico 82/87
FABIO JUNIOR - Cruzeiro 97/98 e 2000 - Atlético 2003
MARCO A. BOIADEIRO - Cruzeiro 91/93 - Atletico 97
PALHINHA - Cruzeiro 71/76 - Atlético 80
PROCOPIO - Cruzeiro 59/61 e 66/74 - Atlético 62/63
VALDO - Cruzeiro 98/2000 - Atlético 2001
MARCELO DJIAN - Cruzeiro 98/2000 - Atlético 2001/03
RENATO GAUCHO - Cruzeiro 92/93 - Atlético 96
O
Cruzeiro não conseguia vencer um campeonato mineiro desde 1977. Este
foi o ano da ultima conquista. Na epoca ainda contava com as estrelas
dos anos 60 e 70 que tantos titulos deram ao clube. Raul, Zé
Carlos,Vanderlei, Nelinho, Eduardo e Joãozinho estiveram presentes
neste titulo. Porem o time envelheceu, teve de se renovar e uma nova
geração surgia mas não no Cruzeiro e sim no rival , Atlético. Subiram
das categorias de base varios jogadores como João Leite, Cerezo,
Danival, Paulo Isidoro, Marinho, Reinaldo e Marcelo. O time atleticano
passou a dar as cartas no campeonato. Conquistou os titulos de 78, 79 ,
80, 81, 82 e 83. Hexa campeão. No brasileiro o Cruzeiro tambem ia mal.
Os anos 80 foram dificeis para os cruzeirenses.
Finalmente
surgia um time capaz de quebrar a hegemonia atleticana. No gol o
experiente goleiro Ademir Maria que veio do Inter e fechou o gol no
primeiro tempo da primeira partida da decisão. Eder, Nelinho, Reinaldo e
Everton tiveram diversas chances para abrir o marcador mas Ademir Maria
estava inspirado e fez grandes defesas.
Já
no segundo tempo o Cruzeiro voltou totalmente diferente e logo aos 6
minutos Carlinhos fez o primeiro gol (foto acima). O Atletico tentava se
reorganizar mas o Cruzeiro continuou atacando e apenas quatro minutos
depois Tostão faz o segundo gol cruzeirense. A torcida cruzeirense fazia
uma enorme festa e vibrava com o futebol ofensivo apresentado neste
inicio do segundo tempo. O time passou a tocar a bola e em cobrança de
escanteio Carlinhos fez o terceiro gol , numa meia bicicleta. O Mineirão
era pura festa para o lado azul. Carlos Alberto Seixas ainda teve tempo
de fazer o quarto da goleada e o seu decimo quarto gol no campeonato
deixando o assim como artilheiro absoluto neste ano.
FICHA TECNICA DA PRIMEIRA PARTIDA DA FINAL
CRUZEIRO 4 X 0 ATLÉTICO
Data: 05/12/1984 (quarta feira a noite)
Estadio do Mineirão
Publico: 52.869
Arbitro : Edson Alcantara
Gols: carlinhos 6 do segundo, Tostão 10, Carlinhos 17 e Seixas 33.
Cruzeiro - Ademir Maria, Carlos Alberto, Geraldão, Eugenio e Ademar ;
Douglas (Luiz Cosme) Palhinha, Tostão ; Carlinhos, Carlos Alberto Seixas
e Joãozinho.
Tecnico: João Francisco
Atlético: João Leite, Nelinho (Jailton), Fred, Luizinho, Elzo; Vitor (Tita), Heleno, Everton; Sergio Araujo, Reinaldo e Eder.
Tecnico: Procopio Cardoso
Carlos
Alberto Seixas o artilheiro do campeonato de 1984 dando entrevista
antes da segunda partida da decisão. O Atletico acabou vencendo por 1x0
gol de Reinaldo e a decisão foi parar nos tribunais. A torcida
cruzeirense que tomou 80% do estadio motivada pela goleada no meio da
semana tomou as ruas e comemorou depois de seis anos. A decisão
judicial confirmando o titulo cruzeirense demorou mais de 10 anos para
sair.
Joãozinho
puxa a entrada do time do Cruzeiro na segunda partida da decisão. O
Mineirão foi quase todo azul. Logo atrás vem Ademir Mari
