Análise detalhada e números do Brasileirão 2010 em sua 23ª rodada.

O Brasileirão 2010, o campeonato nacional mais equilibrado do mundo, chega em sua 23ª rodada, a 4ª do returno, apresentando até aqui 228 jogos (faltam dois ainda para completar o 1º turno) e um total de 567 gols, com a média de 2,48 por jogo.
A liderança isolada está nas mãos do Corinthians que apresenta a melhor média de pontos conquistados por jogo: 2,0 (44 pontos em 22 jogos). Mantendo essa média poderá chegar a 76 pontos ao final do campeonato. Nas últimas quatro edições os campeões atingiram: 2006 – São Paulo 78 pontos; 2007 – São Paulo 77 pontos; 2008 – São Paulo 75 pontos e 2009 – Flamengo 67 pontos. A média de pontos do campeão nestes quatro anos foi de 74,25 pontos. O Corinthians está, portanto, com desempenho superior à média.

APROVEITAMENTO EM CASA
Um outro número que se destaca na campanha do alvinegro é a porcentagem de aproveitamento dentro de casa: 91,7%. O Fluminense, o 2º melhor aproveitamento, está com 72,7%. Já o título de mandante mais bonzinho, aquele que recebe bem o visitante e não lhe tira muitos pontos, está com os times goianos. Atlético-GO e Goiás conseguiram apenas 12 pontos e aproveitamento de 36,4% jogando no Serra Dourada.

APROVEITAMENTO FORA DE CASA
E o visitante mais chato é o Cruzeiro, com 52,8% e o 2º lugar também é do tricolor carioca, com 50%. O Corinthians não vai bem quando tem que sair para jogar: é apenas o 11º colocado, com apenas 11 pontos conquistados e aproveitamento de 36,7%. Até o Palmeiras, que ocupa a 13ª posição na classificação geral, está melhor, com 39,4% de aproveitamento e 13 pontos conquistados.
Se o time mineiro celeste é o melhor fora de casa, seu rival, Atlético, está com o 19º pior aproveitamento, com apenas 18,2%, à frente somente do Atlético-GO que tem 15,2%.

DESCENDO A LADEIRA
É interessante como a simples mudança de turno muitas vezes interfere no rendimento de alguns clubes. O Fluminense terminou a primeira parte da competição com o aproveitamento de 67,7%. Porém, no segundo turno, esse número caiu para 33,3%. O tricolor do Rio é apenas o 13º colocado no returno.
O Cruzeiro é exatamente o inverso. Nos primeiros 19 jogos fechou com 54,4% de aproveitamento e no segundo turno atingiu 83,3%.
Outro que vem descendo a ladeira é o Avaí. No primeiro turno o time de Santa Catarina chegou a ficar em 3º lugar na 14ª rodada, quando venceu o Corinthians por 3 x 2. Da 15ª rodada para cá foram mais nove jogos e apenas três empates e seis derrotas, que levou o time para a 16ª posição, apenas quatro pontos acima da zona de rebaixamento.
E a subida da ladeira está sendo feita pelo Atlético-PR. Na 9ª rodada os paranaenses estavam com a vice-lanterna. Agora, na 23ª rodada, alcaçaram a sétima colocação.

ZONA DO DESESPERO
No começo do campeonato o discurso dos desesperados é sempre o mesmo: “Estamos na zona do rebaixamento, mas temos ainda muitas rodadas para disputar e vamos sair dessa.” E o tempo vai passando, as rodadas diminuindo e o desespero aumentando. Nas últimas quatro edições do campeonato, os números de pontos do 17º colocado foram os seguintes: 2006 – Ponte Preta 39; 2007 – Corinthians 44; 2008 Figueirense 44 e 2009 - Coritiba 45 pontos. A média, portanto, é de 43 pontos. Sendo assim, o mínino necessário para se livrar seria de 44 pontos. Para atingir este número, os quatro últimos atualmente na zona de rebaixamento precisam conquistar em 15 jogos as seguintes quantidades de pontos: Atlético-MG e Goiás 23 pontos; Atlético-GO 24 pontos e Grêmio Prudente 27 pontos. O índice de aproveitamento destas equipes nestes 15 jogos restantes deveria passar a ser o seguinte: Atlético-MG e Goiás de 30,4% para 51,1%; Atlético-GO de 29,0% para 53,3% e Grêmio Prudente de 24,6% para 60,0%.
No ano passado vimos o Fluminense executar uma arrancada impressionante nas últimas rodadas que o levou a escapar da degola. Este ano essa façanha estaria reservada para o Atlético MG de Luxemburgo? Impossível, matematicamente falando, não é. Já em termos de futebol e de bom desempenho em campo, já dá para a torcida do galo começar a acender muitas velas. É esperar para ver.