brasil1970

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

NOVOS MODELOS

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O Craque disse e eu anotei - DORVAL



Quem me passou o telefone do Dorval foi o Wilsinho, o meu último entrevistado até então. A entrevista foi realizada em um campo no bairro de Congonhas, onde Dorval passa os seus ensinamentos. Foi uma matéria que tive muita satisfação de realizar, pelo jogador que foi e pelos craques com que jogou, principalmente o rei Pelé.

FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS: Você nasceu no Rio Grande do Sul. Na década de 40, um menino que começava a jogar futebol, tinha o ponta Tesourinha do Internacional como referência?

DORVAL: O Tesourinha foi um dos maiores pontas-direitas do futebol brasileiro, eu o admirava muito, gostava de vê-lo jogar, sendo que depois ele foi para o Grêmio e foi uma legenda do futebol gaúcho e brasileiro.

FTT: O início de carreira no Força e Luz.

DORVAL: Comecei nos Juvenis do Grêmio. Depois havia um treinador conhecido como Ênio, que jogou no gol do Grêmio e que treinava o Força e Luz. Levou eu e mais quatro jogadores. Começamos a disputar p Campeonato Gaúcho.

 Mauricio Sabará e Dorval na escolinha do ex craque santista.


FTT: Qual é a sua lembrança na época que jogava no Força e Luz? O futebol gaúcho era muito bom nesta ocasião, pois enfrentava times como o Inter que tinha Larry, Bodinho e Chinesinho, além do próprio Grêmio com o Aírton Pavilhão que veio do Força e Luz.

DORVAL: O Aírton veio pra o Grêmio em troca da arquibancada e foi um grande jogador. Os campeonatos eram muito difíceis.

FTT: Como aconteceu a sua transferência para o Santos Futebol Clube?

DORVAL: Vieram muitos jogadores pra cá, como o Ênio Andrade e o Raul Klein para a Portuguesa. Tinham bons jogadores em Porto Alegre, sendo que representamos o Brasil no Pan-Americano do México. Eu também fui convocado, mas acabei dispensado porque era muito novo pra aquele Pan-Americano em que se sagraram campeões. O empresário Arnaldo Figueiredo nos levou pra São Paulo para fazer um teste. Ofereceram-me para o Corinthians, ele havia telefonado, disse que estava tudo certo, mas não aconteceu porque o juvenil Bataglia estava subindo. O Flamengo também não aceitou, pois não precisava de ponta-direita. Ele ligou para o Santos, que também não precisava, mas fui fazer um teste. Graças a Deus fui bem e o técnico Lula pediu a minha contratação.







FTT: Isso foi mais ou menos no final de 1956. Mas parece que no inicio de 57 você teve uma rápida passagem pelo Juventus da Mooca.

DORVAL: Fui emprestado para o Juventus e disputei o Torneio de Classificação. Fiz um bom campeonato e outras equipes se interessaram, mas tive que voltar pro Santos, pois era emprestado, consegui me firmar como titular e graças a Deus dei continuidade nesta minha passagem pelo Santos.

FTT: Quando você voltou para o Santos em 57 participou de uma grande linha de ataque, no caso você, Jair, Pagão, Pelé e Pepe. O que você tem a dizer sobre este ataque do Santos?

DORVAL: Foi uma linha fantástica que fez mais de 120 gols. O Jair Rosa Pinto estava em final de carreira, mas era um jogador que lançava muito bem. O Pagão foi um fantástico jogador de futebol. Tive a felicidade de jogar com estes monstros sagrados do futebol brasileiro. O Pepe numa fase muito boa. E o próprio Pelé no início de carreira.
Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe . Um ataque arrasador em 1957.


FTT: O seu primeiro foi o Campeonato Paulista de 1958, com um Pelé endiabrado marcando 58 gols. Foi depois da Copa do Mundo, quando ele já tinha sido consagrado como o Rei do Futebol. Vocês já percebiam que ele era esta fera?

DORVAL: Já percebíamos porque quando ele chegou, nós já íamos pra praia e víamos. Quando o Pelé chegou, ele jogava com os reservas junto comigo e o Pepe, pois o ponta-esquerda titular era o Tite, sendo que dávamos muito trabalho para o time principal que tinha o time campeão de 56 com Manga, Helvio e Ramiro. O Pagão e o Coutinho eram dois grandes centroavantes que davam muito trabalho.



FTT: Havia na ocasião o PPP com Pagão, Pelé e Pepe.

DORVAL: Eram muito famosos. Foi muito bacana participar deste ataque.

FTT: Em 1958 o Santos foi Campeão Paulista. Chega 59 e agora ele conquista o Brasil, vencendo outro titulo importante, que é o Rio-São Paulo. Como foi este torneio enfrentando os grandes times do Rio, alem dos de São Paulo?

DORVAL: O Torneio Rio-São Paulo era muito importante no futebol brasileiro, sendo que hoje não existe mais. Também tinha o torneio de Seleções que ajudava muito o jogador a ir pra Seleção Brasileira. No Rio-São Paulo enfrentávamos grandes clubes do futebol brasileiro com timaços como o Flamengo, Botafogo e Fluminense, todos com grandes jogadores. Quando o Santos jogava estes clássicos, enchia o Maracanã, pois todos queriam ver Mané Garrincha, Pelé, Coutinho, Mengálvio, Pepe, Zito, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. Foi um torneio muito bacana.

Santos 1959 - Lalá. Getulio. Ramiro. Pavão. Zito e Mourão Agachados: Dorval. Afonsinho. Jair da Rosa Pinto. Pelé e Pepe


FTT: Em 59 também foi o ano que você foi pela primeira vez convocado pra Seleção Brasileira para o Sul-Americano. Você ficou emocionado por ter  sido chamado pelo Vicente Feola, sabendo que fez um bom trabalho?
DORVAL: Fiz um bom campeonato em 58. Fui eu, Mané Garrincha e Joel, os ponteiros que estavam em alta. Infelizmente eu não fui pra Copa do Mundo, não sei bem o porquê, pois os jornais diziam que eu era o melhor ponta-direita do Brasil depois do Mané Garrincha, sendo que não fui pra Suécia e nem pro Chile. Mas foi uma alegria muito grande ter participado de uma Seleção Brasileira que tinha grandes jogadores. Ser reserva de Garrincha é uma honra, que pra mim foi o maior fenômeno brasileiro depois de Pelé, jogador fantástico que deixou muitas saudades, aquele futebol-arte que se jogava antigamente.

Lima, Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar e Mauro; Agachados Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe


FTT: Os anos 60 começavam e é justamente ai que começa a grande fase da história do Santos, com aquele ataque que todos conhecem e citam como o maior ataque da história do futebol, com Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Como este ataque se entrosava tão bem, era uma coisa que acontecia ou vocês ensaiavam para desse tão certo?

DORVAL: Foi muito importante ter jogado com Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, além do Zito e do Mauro. Foi um entrosamento muito rápido, porque joguei no Santos durante muito tempo, nos entendíamos, parecia que conversávamos um com o outro dentro do campo, era muito importante a amizade que tínhamos dentro e fora, ajudando a ser o ataque que foi. Jogávamos muito na Europa, fizemos grandes jogos lá contra grandes times do futebol europeu e ficávamos as vezes quatro meses fora do Brasil.

FTT: A década de 60 começa e vem uma grande sequência de títulos, talvez nunca conseguida por nenhum outro time. Vocês foram Penta-Campeões da Taça Brasil em 61, 62, 63, 64 (que você estava no Racing) e 65. Era o Campeonato Brasileiro da época. Como vocês conseguiram ficar vencendo este título seguidamente, sendo que na época tinha o Botafogo de Garrincha, Didi, Quarentinha, além do próprio Palmeiras que também tinha um esquadrão formidável?

DORVAL: Nós tivemos uma fase fantástica porque, como já falei, era uma união onde tínhamos amizade e respeito um pelo outro, criando aquele ambiente gostoso dentro do campo e nos entendíamos conversando fora, o que foi muito importante pra nós e para o Santos Futebol Clube. Conseguimos este monte de títulos porque sempre jogávamos juntos e um conhecia o outro. Hoje em dia se joga cinco partidas juntos. Nós sempre jogávamos juntos e esta sequência era muito boa para o Santos.


 Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, quase uma rima poética


FTT: Você, como ponta-direita, enfrentou grandes laterais-esquerdos. Houve algum ou alguns que te deram mais trabalho?

DORVAL: Tinha o Geraldo Scotto, do Palmeiras, que era muito bom. O Nílton Santos, do Botafogo, que foi um fantástico lateral-esquerdo, um fenômeno. Teve também o Ari Clemente do Corinthians. Mas os mais duros eram o Geraldo Scotto e o Nílton Santos, era duro passar por eles, uma briga boa.

FTT: Fale dos confrontos do Santos contra o Corinthians, que eram muito equilibrados, com o Corinthians ficando praticamente durante mais de dez anos sem vencer o Santos em partidas válidas pelo Campeonato Paulista.

DORVAL: O Corinthians tinha um bom time, com grandes jogadores, mas infelizmente quando jogavam contra o Santos, não sei o que havia com eles, eles tremiam. O time do Santos era fantástico, pois não só o Corinthians tremia como outros.







FTT: Vamos falar agora das maiores conquistas do Santos, o Bi da Libertadores e do Mundial em 62/63. Quais são as suas lembranças destas duas fantásticas conquistas?

DORVAL: É uma lembrança muito boa porque foi o primeiro time brasileiro a ser campeão da Libertadores e do Mundial Interclubes. Foi um torneio bom, com grandes times. Hoje em dia não vemos mais os times que enfrentávamos, como Nacional e Peñarol, forças máximas do futebol uruguaio. Na Argentina tinha o Boca Juniors, River Plate, Independiente e Racing, grandes potências do futebol argentino. Havia o Colo Colo e o Universidad do Chile, que hoje não estão mais na Libertadores, sendo que o futebol deste torneio caiu bastante. Times que representavam o seu país não representam mais atualmente, pois não são mais a potência que eram antigamente.

FTT: Mas a grande partida do Santos que todos comentam foi a final de 62, com os famosos 5 a 2 contra o Benfica.
DORVAL: Este jogo foi fantástico. Aqui nós ganhamos de 3 a 2 e perdendo um monte de gols, com eles jogando bem. Chegamos em Portugal e eles já estavam vendendo ingresso para o próximo jogo, pois achavam que iam ganhar. Deram azar por mexerem com a gente. Quando eles abriram os olhos, já estava 5 a 0 pra nós. O Pelé neste jogo parece que estava com o diabo no corpo. O time jogou certinho, bem armado, pois o Santos já estava acostumado a jogar contra os grandes times europeus, o estádio estava lotado, todos aplaudindo a nossa equipe sem saírem após a partida. Foi algo fantástico.

 
 Dorval é o sexto maior artilheiro na historia do Santos FC com 198 gols.


FTT: Em 67 você foi jogar o Campeonato Paulista pelo Palmeiras.

DORVAL: O Palmeiras tinha um monte de jogadores que já estavam em final de carreira, como o Servílio e o Tupãzinho. O Ademir da Guia e o César estavam começando, que foram grandes jogadores e amigos, tenho até hoje amizade com eles. O time do Palmeiras estava um pouco decadente e quando cheguei ele não estava numa fase boa. Infelizmente não deu certo, mas tentamos.

FTT: Depois do Palmeiras você foi para o Atlético do Paraná, sendo Campeão Paranaense em 70.
DORVAL: Isso. Joguei com o Zé Roberto e Nílson Dias. Teve uma turma de São Paulo que foi jogar lá, como o Djalma Santos. Foi também um grande clube que joguei por quatro anos. Teve também o Sicupira que jogou depois no Corinthians, grande jogador que atualmente é repórter.

 
 Atletico PR 1970 - Hidaldo, Zico, Julio, Hermes, Alfredo e Vanderlei. Agachados: Dorval, Sicupira, Sergio Lopes, , Toninho e Nilson.


FTT: Depois do Atlético uma rápida passagem pela Venezuela e no SAAD.

DORVAL: O SAAD que é atualmente o São Caetano. Foi uma época gostosa. É um time que estava começando a despontar no futebol brasileiro. Jogaram lá o Joel, Coutinho e eu. Foi uma passagem curta, mas bem gostosa, com uma amizade muito grande com o pessoal de lá.

FTT: Terminada a carreira, o Santos ainda teve alguns títulos. O que você achou desta geração com o Robinho e Diego e atualmente o Neymar e o Ganso?

DORVAL: Foi uma geração boa, porque o Santos tem uma Categoria de Base muito boa. O Robinho é um fantástico jogador que despontou no Santos junto com o Diego que também é muito bom, como o Elano. Hoje estão despontando o Ganso e o Neymar, que também são grandes jogadores. Esperamos que eles dêem muitas alegrias pra nós. Hoje o jogador joga dois anos no Santos e já vai embora pra Europa, não jogando dez anos como jogávamos. É muito difícil querer que eles façam um grande sucesso aqui no Brasil, porque o Neymar já era pra estar na Europa e não foi. Mas no ano que vem irá, porque o Santos não conseguirá segurar a pressão, pois é um excepcional jogador. Esperamos que ele dê muitas alegrias para o S

sábado, 18 de dezembro de 2010

Camisas Retrô | Camisas Antigas de Times de Futebol

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Primeiramente, antes de saber o que significa camisas retrô, a pergunta que fica é: O que significa Retrô?
Bom, vejamos a seguir a definição e origem da palavra Retro segundo o Wikipedia:
Definição:
“Retro é um estilo cultural desatualizado ou velho,uma tendência, hábito, ou moda do passado pós-moderno global, mas que com o tempo se tornam funcionalmente ou superficialmente a norma mais uma vez.”
Origem:
“A palavra “retro” deriva do prefixo latino retro, que significa “para trás” ou “em tempos passados” – particularmente como visto na forma de palavras retrógradas , o que implica num movimento em direção ao passado, em vez de um progresso em direção ao futuro e, a posteriori, referindo-se um olho crítico ou nostálgico do passado.”
Mas então o que seria as camisas retro? Essas camisetas são homenagens ao passado e que nos dia de hojem se tornam muito populares. As camisas de time tiveram uma grande evolução em sua história passando por diferentes versões diferentes para cada time de futebol.
Muitas pessoas hoje em dia gostam das camisetas retrô que marcaram a história de seus times, camisas que foram usadas em conquistas importantes ou que tiveram um grande valor em algum momento na vida dessas pessoas. É muito legar ver as pessos nas ruas usandos camisas antigas de times de futebol.
Alguns times de futebol, lançam os modelos antigos nos dias atuais, pois sabe que existe ainda o mercado para esse tipo de camisa.
E você? É fã de camisas retrô de times de futebol? Confira algumas imagens de camisas retrô do Corinthians e São Paulo.
Camisa Retrô do Corinthians 1977
Camisa Retro do São Paulo 1957 
 

EM BREVE NA NOSSA LOJA


Camisas de futebol -futebol retrô

Camisas de futebol -futebol retrô

Faz um tempo eu escrevi um post sobre camisas de futebol, mas na época não me atentei para um fator determinante que, para muitos, motiva usar as tais camisas de futebol. Esse fator é o sentimento de fazer parte de um grupo. Nesse caso, o grupo é uma torcida de futebol. Na intenção de entender a razão pela qual homens (e alguma mulheres) usam camisas de futebol, fui perguntar para um amigo e ele me disse a motivação principal: justamente a socialização. Vestir a camisa significa apostar no time e querer ser identificado com alguém que aposta naquele time especificamente. Nesse clima as pessoas interagem, puxam conversa, tiram piada...e o se o ambiente for amigável rola mesmo a socialização.

Só entendi isso, tempos depois quando recebi minha camisa do time de futebol do departamento que fiz mestrado. Detalhe: eu nem jogo bola. hehehe Na Engenharia Mecatrônica da UnB acontece anualmente (entre alunos de graduação e pós) a RoboCopa. Eles têm um uniforme titular e um reserva todo estilizado. Todo mundo pode ter a camisa, mesmo quem não joga (Presente! :D). Para guardar uma recordação dos tempos da UnB encomendei uma para mim com meu nome e o número que escolhi. Quando recebi a camisa me senti parte daquele grupo e foi muito legal essa sensação. Ainda não usei, mas quando usá-la tiro uma foto para vocês verem.

Seguindo a onda de camisas de futebol e aproveitando a volta do retrô, quero apresentar a futebol retrouma loja que vende camisas retrôs de vários times e seleções.  Se alguém se interessar eles têm uma loja virtual também! ;www.futebolretro.net

PERNAMBUCO



O livro "Rindo na Copa" será sorteado
A temporada 2010 terminou cedo para os clubes pernambucanos. E, infelizmente, temos poucos poucos motivos para comemorar. Apenas o Salgueiro nos deu alegria. Saiu de uma situação complicada na classificação da Série C, quase era rebaixado, mas saiu do sufoco e conseguiu a vaga na Série B em 2011.
Mas o Blog do Torcedor resolveu dar um ânimo para o internauta que nos acompanha diariamente. Vamos sortear, via twitter, um pacote de brides para os torcedores de Náutico, Santa Cruz e Sport. E antes que alguém reclame que os nossos sorteios são feitos apenas pelo microblog, vai uma explicação simples: o mecanismo é seguro e ágil. Ajuda muito o nosso trabalho. Portanto, quem ainda não aderiu ao Twitter, que é uma ótima ferramenta de comunicação, vamos lá, eis uma boa oportunidade.

Bom, vamos ao pacote com quatro brindes: um jantar, com direito a acompanhante, no Biruta Bar, no Pina, um DVD do show ao vivo da banda pernambucana Nós4, o livro Rindo na Copa, do jornalista Marcelo Cavalcante (editor deste Blog) e do cartunista Humberto Araújo, do JC, e uma camisa retrô do seu clube do coração (Náutico, Sport ou Santa Cruz) produzida pela loja

Túlio lança camisa retrô e arrasta multidão

WWW.FUTEBOLRETRO.NETpara sede do Botafogo

Ídolo alvinegro participa de sessão de autógrafos com dois mil fãs; na festa teve de tudo: bola da época e tatuagem em homenagem ao artilheiro



A sede de General Severiano parecia até que tinha voltado no tempo: mais precisamente para 1995, ano em que o Botafogo foi campeão brasileiro. Uma fila enorme se formou para encontrar o grande responsável pelo título: o ídolo Túlio Maravilha. Mas desta vez, o folclórico artilheiro não estava ali para levantar mais uma taça: ele lançava uma camisa retrô, com seu nome e número nas costas.
- É como se eu estivesse no auge, em pleno campeonato, na decisão. Me sinto um jogador realizado vestindo a camisa do meu clube do coração, que é o Botafogo. E dá vontade de voltar logo, vestir a camisa oficial e fazer gols. Mas calma, 2012 está chegando e a gente vai marcar o milésimo gol com a camisa do Botafogo - prometeu.
Túlio Maravilha ex-jogador do Botafogo - Torcedores na fila para evento com o TúlioTorcedores em longa fila para ganhar um autógrafo
de Túlio (Foto: Rafael Honório/Globoesporte.com)
Os dois primeiros torcedores chegaram à fila de madrugada (1h). O consultor de informática Fernando Barros nem dormiu para garantir seu encontro com o ídolo. O medo do alvinegro tinha uma razão: apenas duas mil pessoas poderiam chegar perto do ídolo. Para garantir esse número foram distribuídas senhas a partir das 8h.
- Quando cheguei estava começando uma festa aqui na sede. A gente ficou tentando se manter acordado. Foi difícil. Isso tudo pelo Túlio Maravilha. Ele quem nos incentivou a tornar o coração alvinegro e desde pequeno eu idolatro o nosso ídolo - disse Fernando, ainda na fila.
Mas o consultor não era o único 'louco' por Túlio. O comerciante mineiro Gilberto Mateus chegou à sede de General Severiano um pouco 'atrasado': às 5h. Mas o atraso tinha uma razão: ele veio de carro, de Juiz de Fora, apenas para encontrar o artilheiro. E para comprovar sua devoção pelo atacante, o fã trouxe um 'dossiê' com fotos e matérias sobre o jogador e exibia com orgulho sua tatuagem com o rosto do atacante.
Túlio Maravilha ex-jogador do Botafogo - Fã mostra sua tatuagem em homenagem ao TúlioFã mineiro mostra sua tatuagem em homenagem aoartilheiro (Foto: Rafael Honório / Globoesporte.com)
- Ele é o maior ídolo que tenho no futebol. Me deu a maior alegria que tinha, que foi o título brasileiro de 95. Aqui no meu dossiê tem tudo da vida dele, desde a chegada ao Botafogo até a matéria que saiu ontem (sexta-feira), divulgando essa sessão de autógrafos - revelou.
Na fila se via de tudo: de idosos a crianças. Camisas do Botafogo de todos os tipos: de diferentes décadas, de modelos diversos e com números variados. O propagandista Fernando Gouveia vestia o uniforme de 1995, ano em que Túlio se tornou ídolo do Glorioso.
- Sou da geração Túlio Maravilha. Estava no Pacaembu e vi ele marcar o gol do título de 95. Vim aqui hoje para realizar meu sonho: que é bater uma foto com ele, colocar na internet e mostrar para todo mundo. Espero começar o ano de 2011 muito feliz com nova camisa do Túlio - declarou.
Túlio Maravilha ex-jogador do Botafogo - Túlio e fã com a bola de 95 nas mãosïdolo e fã com a bola do Campeonato Brasileiro de 95 nas mãos (Foto: Rafael Honório / Globoesporte.com)
A loja oficial do Botafogo foi tomada pelos torcedores. Todos em busca da camisa do folclórico atacante. Centenas foram vendidas.
Na sala de troféus, o atacante recebia todos os fãs com muita atenção. Abraços, apertos de mãos e beijos não faltaram. A simpatia usual de Túlio esteve presente, e ele autografou camisas e posou para fotos com os torcedores. Um trabalho árduo, mas que dá muito prazer ao ex-atacante do Alvinegro.
Túlio Maravilha ex-jogador do Botafogo - Família botafoguense na fila para evento com TúlioAtacante faz a festa com a família botafoguense, na sala de troféus (Foto: Rafael Honório / Globoesporte.com)
- Estou muito feliz de voltar aqui. Quinze anos após o título, estou dando autógrafos para o pessoal de todas as gerações. Fico muito feliz de ter representado um momento de alegria para esses torcedores - afirmou.
O presidente Maurício Assumpção também esteve presente na festa. Vestindo camisa e boné do Botafogo, o mandatário comemorava a ação de marketing do clube carioca.
- A torcida merece estar perto do clube, perto dos seus ídolos e jogadores que conquistaram títulos importantes, como esse de 95, que o Túlio trouxe para essa grande torcida alvinegra. Se você olhar bem, ele foi o último grande ídolo que o Botafogo teve, antes de Loco Abreu e Maicosuel, e mesmo assim, eles dois terão que 'ralar' muito para chegar nesse patamar de idolatria que o Túlio chegou.
Túlio Maravilha ex-jogador do Botafogo - Túlio com a taça de 95 nas mãosArtilheiro beija a taça e lembra do gesto da festa do título de 1995 (Foto: Rafael Honório / Globoesporte.com)
A camisa retrô do Túlio Maravilha custa R$ 119,90 na loja oficial do Botafogo. Segundo o gerente Vagner Romeu foram vendidas 500 em apenas duas horas. Duas mil camisas foram confeccionadas na tiragem inicial.

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