Tivemos a chance de falar com uma figura especial na história do City – Steve Redmond,
o mais jovem capitão da equipe em todos os tempos, que protegia a
defesa entre 1984 e 1992, com mais de 200 partidas pelo clube.
Steve atuou em uma partida bem interessante pelo Manchester e nós encontramos trechos dela na net. Em dezembro de 1990, o Manchester City jogou em casa contra o Tottenham Hotspur, assim como fizeram na rodada passada
(o vídeo da partida original segue abaixo). Nessa ocasião, a neblina em
Manchester estava muito forte e eles tiveram que usar seu uniforme de
visitante, só para garantir que fossem vistos em campo!
Vamos combinar que o estranho fato de um
time usar o uniforme de visitante para jogar em casa acabou mostrando
ser um talismã da sorte! O Manchester City venceu o Tottenham por 2 a 1.
Steve Redmond marcou o 1º gol da partida, algo raro para ele e sobre o
qual ele fica muito contente por poder conversar.
Você se lembra daquele gol, Steve?
Sim, acho que o fiz de joelho,
inclusive. O Quinny cabeçou a bola para trás e ela foi direto no meu
joelho, e, então, Clarkey (Wayne Clarke) saiu comemorando! Eu não fiz
muitos gols, mas lembro do meu 1º para o time principal, contra o
Coventry no Boxing Day (na Inglaterra o dia seguinte ao Natal é de
liquidações no comércio e de rodada especial do Campeonato). Foi um
empate em 2 a 2, eu marquei as duas vezes. Também fiz um de cabeça
contra o Oxford, em Maine Road, e um de falta com o pé esquerdo contra o
Luton.
Como foi ser capitão com 18 anos, o mais jovem do Manchester City?
Foi um pouco estranho no começo, porque
quando garoto não era eu quem gritava mais alto. Quando eu fui para o
City, me recuaram para volante e de lá era mais fácil de ver tudo e
guiar os outros jogadores. Para ser honesto, não era nada mal, eu não
precisava ficar dando broncas no vestiário, nem nada do tipo. Nós
tínhamos um grupo muito bom, o que ajudava. Eu não era convencido, então
os outros jogadores me respeitavam por quem eu era. Eu só me metia em
enrascada porque era de Liverpool, então se algo desse errado nos
vestiários era eu quem levava a culpa.
Eu me lembro de uma vez em que estávamos
entrando em campo, eu olhei para os meus companheiros e pensei “Eu sou o
responsável por esses caras”. Eu sempre me lembro da minha mãe dizendo
que ela e meu pai choravam quando eu era o capitão, isso é algo que vai
ficar comigo para sempre. Mas uma vez que você está em campo, não
importa quem é o capitão, tem que ser 11 capitães. Mas foi uma grande
honra ser capitão com 18 anos, e progredir tão rápido, algo que ficará
para sempre comigo.
Você também fez parte do time que ganhou a Copa da Inglaterra sub 18 contra o United. Esse foi o seu ponto alto no clube?
Eu me lembro bem, a final foi disputada
em ida e volta e nós empatamos em 1 a 1, no Old Traffor. Lakey (Paul
Lake) fez o gol de pênalti, e nós vencemos por 2 a 0 em Maine Road. No
entanto, o grande momento da minha carreira foi o 5 a 1 em Maine Road.
Sendo um fã do Liverpool, a 1ª vez jogando no Anfield também se destaca
bastante. Eu ainda tenho o vídeo do 5 a 1 e às vezes eu ponho para o meu
filho ver, “veja o seu pai foi um jogador”. Esse foi um daqueles dias
que eu nunca vou esquecer, tudo deu certo e nós marcamos alguns bons
gols.
Você jogou durante um grande momento do futebol Inglês, quais foram os melhores jogadores com quem você atuou junto? E contra?
Sinceramente, é difícil destacar uma
pessoa. Jogadores como Keith Curle, Colin Hendry, Mick McCarthy, todos
eles eram grandes jogadores e que faziam o máximo pelo time. O jogador
definitivo seria uma mistura dos três. A mesmo coisa com alguns dos
adversários, pessoas como Lineker ou Ian Rush se destacavam porque eram
muito velozes, mas aí você tinha um Mark Hughes, forte que nem um touro.
Dalglish era muito esperto, e caras como Mick Harfor, que você sabia
que poderia te esmagar com facilidade. Por isso que é tão difícil de
escolher um, quando você já jogou contra tantos jogadores diferentes.
Parece uma época diferente, em termos de defesa. O que era permitido no jogo?
Você assiste os jogos agora e toda vez
que um atacante chega perto da área, todo mundo recua. Está para chegar
ao estágio de você nem poder dar o bote mais. Na minha época, os
centroavantes sabiam que nos 2 primeiros minutos de jogo eles seriam
esmagados e sabiam lidar com isso. Hoje em dia, todo carrinho é
criticado na TV, sem chance de sacudir a poeira e continuar jogando. Eu
gosto de um carrinho, às vezes ele pode animar a torcida tanto quanto um
gol. Eu seria suspenso quase toda a semana se jogasse hoje.
Você ainda assiste o City hoje em dia?
Eu vejo o City sempre que eu posso e
sempre gosto muito. Pensando na equipe atual, eu gosto muito do Kompany,
eu gostaria de ter jogado com ele. Porém eu não apreciaria muito jogar
contra alguém como David Silva.
Valeu, Steve, por conversar com a gente!
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