Reza a lenda que caminhar pela Champs-Élysées, conhecida na França como “a
avenida mais bela do mundo”, é prover-se de todo luxo e ostentação, já
que lá estão reunidas as maiores marcas comerciais do mundo. E, de fato,
o lugar é suntuoso. Um convite ao consumo.
Porém, em meio a tantas lojas da alta grife, a que mais me empolgou, em
minha visita em novembro de 2010, foi uma de esquina, com dimensões
reduzidas em comparação com a maioria. Chamava-se Boutique PSG e
oferecia centenas de produtos do Paris Saint-Germain.
Atento, observei cada detalhe daquele espaço. O cerco se fechou quando finalmente tive de resolver pelo o que comprar. Desejava muito além do que meu orçamento permitia. O clube comemorava 40 anos de existência e, por isso, havia lançado vários produtos comemorativos. Dentre estes, camisas alusivas aos ídolos Raí e Valdo.
Fiquei dividido entre levar as camisas comemorativas ou a oficial de jogo. Acabei adiando a decisão para o dia seguinte, quando fui assistir ao jogo PSG contra o Caen, no Parc des Prices, pelo Campeonato Francês. No estádio, havia outras duas lojas oficiais do clube. Cheguei a uma delas e resolvi então comprar a camisa oficial usada em jogos. Minha modesta coleção agradeceria.
Como sou mais adepto das camisas que fogem do tradicional, escolhi a número 3, que é toda vermelha e utilizada somente em situações excepcionais. Normalmente, clubes de futebol optam por utilizar, nos chamados terceiros uniformes, cores bem distintas do padrão do clube, homenageando o passado da agremiação ou o fanatismo da torcida, como no caso emblemático do Corinthians
No caso do Paris Saint-Germain, porém, o uniforme respeita as cores tradicionais do clube. O vermelho dessa terceira camisa é uma menção à cor da parte mais bonita de seu escudo, a Torre Eiffel. Nesta camisa, em volta do tradicional distintivo, há um círculo dourado bordado, com a idade do clube, 40 anos, e o ano desse festejo, 2010, também informados.
Mais abaixo, o patrocinador master tem o destaque devido. Em troca da desregrada injeção de dinheiro no clube, a Emirates, uma das mais ricas empresas aéreas do mundo, estampa não só sua marca na camisa e demais materiais como anuncia praticamente sozinha nas placas de publicidade do Parc des Princes.
Na manga direita, um exagerado emblema da Ligue 1, que é a liga máxima do futebol francês, anuncia que aquela camisa é de uso apenas em jogos do campeonato nacional. Havia outra para venda com o emblema da Uefa, uma referência à participação do PSG na Liga Europa. Já na manga esquerda está o anúncio da Poweo, empresa francesa do ramo de energia sustentável.
Nas costas, o destaque vai para o número e o nome da fera: Giuly. Estrela do recente Barcelona que também encantou, composto, na frente, por ele, Deco, Ronaldinho Gaúcho e Eto’o, foi parar no time parisiense após fraca temporada na Roma. Era um dos ídolos da torcida, porém menos reverenciado que o brasileiro Nenê. Talvez pela sua identidade com o Monaco, onde está hoje.
Como sempre fui fã desse habilidoso baixinho de 1,64m, não hesitei em preterir o brasileiro e comprar a camisa dele. Segundo o vendedor da loja, meu gesto foi raro, pois os brasileiros que por lá passam quase sempre optam pela camisa do Nenê ou do Ceará, aquele que anulou Ronaldinho Gaúcho na final do Mundial Interclubes de 2006.
Finalmente, abaixo do número, encontra-se estampada a marca Winamax Poker, um famoso site francês de pôquer, febre no país, em que internautas apostam e disputam partidas da modalidade de forma on-line.
Dando um toque final na beleza do produto, em forma de marca d’água, há a sigla “PSG” estampada por todo o “manto”. Embora não seja tão admirador dos modelos criados pela Nike, ouso afirmar que, na camisa do glorioso Paris Saint-Germain, eles marcaram um gol de placa, tão belo quanto o que vi, ao vivo, o brasileiro Nenê marcar.
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