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União Bandeirante F.C.
Em
pé: Nardo, Wilton, Chicão, Romildo, Élson, Wilson, Pedro Paulo, Luiz
Fernando e Devanir. Agachados: Nilson, Luiz Henrique, Tiganá, Eron,
Vágner, Davi e Biro-Biro.
Esquadrão Vice-campeão Paranaense de 1989
História
O
União Bandeirante Futebol Clube foi criado em 1964, com o fim exclusivo
de participar do Campeonato Paranaense de Futebol profissional. O
primeiro nome do clube foi denominado de Usina Bandeirante Futebol
Clube, com a idéia de se propagar o nome da indústria dirigida pelos
seus fundadores. Com a fusão com o Guarani, foi sugerido o nome de
União. Com a tradição e a garra que hoje identificam o União e a
simpatia que cerca o clube já o transformou em um time de âmbito
regional. O crescimento do clube deve-se muito a chegada do campeão
mundial de 58 Nilton De Sordi, contratado pelo presidente A. Meneghel
nos anos 60 para a lateral-direita do União e atraíndo multidões aos
dias de jogos. Nas décadas de 60 e 70, o União já mostrava sua força na
revelação de jogadores. Os primeiros a se destacarem no futebol
paranaense foi a dupla Paquito - atual auxiliar técnico do Coritiba - e
Tião Abatiá. Em 1966, o time do norte do estado perdeu o título do
Paranaense para o Ferroviário, mas em compensação teve o artilheiro do
campeonato Paquito com 13 gols. Nos anos de 1969 e 1971, o União foi
vice-campeão estadual perdendo o título para o Coritba. Tião Abatiá
marcou 19 gols no estadual de 71. Em 1989 o União voltou a disputar a
final do Campeonato Paranaense, mas perdeu novamente para o Coritiba, na
1ª partida 0x0 e no último jogo 2x0 para o Coxa no Couto Pereira. Em
1992, o União nunca esteve tão perto de ser campeão, mas perdeu o título
do estadual para o Londrina no Estádio do Café, no 2º jogo vencia por 2
a 0 quando o Tubarão conseguiu o empate e tirou a Taça do time de
Bandeirantes. Na história gloriosa do União da Vila Maria, não podemos
deixar de citar o glorioso treinador Pupo Gimenes, que muito contribuiu
na formação de talentos. Nos últimos anos, o União tem feito campanhas
regulares nos estaduais, batendo na porta de acesso para a Série B do
Brasileiro, e disputado com brilhantismo torneios nas categorias
inferiores como a Dallas Cup nos EUA, e tem revelado bons jogadores como
é o caso do goleiro Fábio que já atuou pelo Cruzeiro, Santos,
Atlético/PR e disputou a Copa João Havelange pelo Vasco da Gama,
conquistando o título brasileiro de 2000.
União Bandeirante F.C.
Em pé: Machado, Laércio, Geraldo, Josué, Celso e Serafim.
Agachados: Tião Abatiá, Carlinhos, Paquito, Charuto e Zé Luiz.
Crédito: http://www.sambafoot.com.br/
Esquadrão do União Bandeirante Vice-campeão Paranaense de 1969
Tião Abatiá
Abatiá: legenda do futebol paranaense
Em 1971, um táxi aéreo pousou em Bandeirantes. Dele saiu Almir de Almeida, supervisor do Coritiba. Sua missão era trazer uma dupla que, há cinco anos, perturbava os adversários do União Bandeirante: Tião Abatiá e Paquito.
"Foi a primeira vez que um avião desceu em Bandeirantes", brinca Sebastião José Ferri, o Tião Abatiá da "dupla caipira", apelido grudado nele e em seu parceiro de ataque, Paquito, hoje treinador do União. Eles deixaram Bandeirantes por obra de Elba de Pábua Lima, o Tim, então técnico do Coxa. "Chegamos já badalados. Toda a imprensa de Curitiba estava no aeroporto do Bacacheri", lembra o hoje dono de casa lotérica em Ribeirão do Pinhal (PR).
Tião nasceu em Abatiá, Norte Pioneiro do estado, há 58 anos. No futebol, ele iniciou aos 20, na extinta Cambaraense. Mal esquentou o lugar em Cambará e foi para a vizinha Bandeirantes. No União, foi vice-campeão paranaense em 1966, 1969 e 1971. No último ano, foi o artilheiro do estadual, com 19 gols. Antes do Coxa, uma curta passagem pelo São Paulo de Gérson e Pedro Rocha. "O União pediu muito alto, senão teria ficado no Morumbi", conta sem cair em lamentos. Ele e Paquito chegaram ao Coritiba numa quarta-feira. No domingo seguinte, com um gol de cada, o alviverde venceu a Portuguesa por 2 a 1, no Couto Pereira. No Campeonato Brasileiro de 1971, Tião Abatiá ganhou a Bola de Prata da revista Placar, como melhor centroavante. Naqueles dias, foi até personagem do gibi do Zé Carioca. O papagaio de Walt Disney tinha um amigo chamado Tião Abaterá. "Talvez, por acharem que eu iria reclamar, mudaram o nome. Foi uma homenagem", reconhece. No Coxa, foi quatro vezes campeão paranaense (1972/73/74/75). "No último ano não fiquei até o final. Fui pra Portuguesa, mas eles me mandaram a faixa".
Das histórias que conta, duas envolvem figuras habituais no folclore do futebol: o presidente do União, Serafim Meneghel, e o técnico Iustrich. Do cartola, lembra que num União x Seleto de Paranaguá, um pênalti foi marcado. Indignado, Meneghel, de revólver na cintura, entrou em campo para, digamos, estabelecer um diálogo com o árbitro Vander Moreira. O juiz apreciou a argumentação e desistiu da penalidade, que favoreceria o Seleto, trocando-a por um tiro de meta para o Bandeirante.
De Iustrich, ficou o treino das seis da manhã. Mas, não pelo treino. "Pra que tão cedo se o jogo era à tarde ou a noite? Mas, o café da manhã era cinco estrelas". Abatiá conta que Iustrich, às vezes, interrompia o treino para oferecer melão e pêssego. "O Chinês (Evangelino da Costa Neves, ex-presidente do Coritiba) dizia que ele iria quebrar o clube". Iustrich criou o treino "da madrugada" para tirar alguns jogadores da vida noturna. Por "alguns jogadores", entenda-se Zé Roberto. "Nem me incomodava se o Zé treinava ou não. Domingo, ele decidia", lembra.
Agachados: Tião Abatiá, Carlinhos, Paquito, Charuto e Zé Luiz.
Crédito: http://www.sambafoot.com.br/
Esquadrão do União Bandeirante Vice-campeão Paranaense de 1969
Tião Abatiá
Abatiá: legenda do futebol paranaense
Em 1971, um táxi aéreo pousou em Bandeirantes. Dele saiu Almir de Almeida, supervisor do Coritiba. Sua missão era trazer uma dupla que, há cinco anos, perturbava os adversários do União Bandeirante: Tião Abatiá e Paquito.
"Foi a primeira vez que um avião desceu em Bandeirantes", brinca Sebastião José Ferri, o Tião Abatiá da "dupla caipira", apelido grudado nele e em seu parceiro de ataque, Paquito, hoje treinador do União. Eles deixaram Bandeirantes por obra de Elba de Pábua Lima, o Tim, então técnico do Coxa. "Chegamos já badalados. Toda a imprensa de Curitiba estava no aeroporto do Bacacheri", lembra o hoje dono de casa lotérica em Ribeirão do Pinhal (PR).
Tião nasceu em Abatiá, Norte Pioneiro do estado, há 58 anos. No futebol, ele iniciou aos 20, na extinta Cambaraense. Mal esquentou o lugar em Cambará e foi para a vizinha Bandeirantes. No União, foi vice-campeão paranaense em 1966, 1969 e 1971. No último ano, foi o artilheiro do estadual, com 19 gols. Antes do Coxa, uma curta passagem pelo São Paulo de Gérson e Pedro Rocha. "O União pediu muito alto, senão teria ficado no Morumbi", conta sem cair em lamentos. Ele e Paquito chegaram ao Coritiba numa quarta-feira. No domingo seguinte, com um gol de cada, o alviverde venceu a Portuguesa por 2 a 1, no Couto Pereira. No Campeonato Brasileiro de 1971, Tião Abatiá ganhou a Bola de Prata da revista Placar, como melhor centroavante. Naqueles dias, foi até personagem do gibi do Zé Carioca. O papagaio de Walt Disney tinha um amigo chamado Tião Abaterá. "Talvez, por acharem que eu iria reclamar, mudaram o nome. Foi uma homenagem", reconhece. No Coxa, foi quatro vezes campeão paranaense (1972/73/74/75). "No último ano não fiquei até o final. Fui pra Portuguesa, mas eles me mandaram a faixa".
Das histórias que conta, duas envolvem figuras habituais no folclore do futebol: o presidente do União, Serafim Meneghel, e o técnico Iustrich. Do cartola, lembra que num União x Seleto de Paranaguá, um pênalti foi marcado. Indignado, Meneghel, de revólver na cintura, entrou em campo para, digamos, estabelecer um diálogo com o árbitro Vander Moreira. O juiz apreciou a argumentação e desistiu da penalidade, que favoreceria o Seleto, trocando-a por um tiro de meta para o Bandeirante.
De Iustrich, ficou o treino das seis da manhã. Mas, não pelo treino. "Pra que tão cedo se o jogo era à tarde ou a noite? Mas, o café da manhã era cinco estrelas". Abatiá conta que Iustrich, às vezes, interrompia o treino para oferecer melão e pêssego. "O Chinês (Evangelino da Costa Neves, ex-presidente do Coritiba) dizia que ele iria quebrar o clube". Iustrich criou o treino "da madrugada" para tirar alguns jogadores da vida noturna. Por "alguns jogadores", entenda-se Zé Roberto. "Nem me incomodava se o Zé treinava ou não. Domingo, ele decidia", lembra.
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Ainda no folclore, Abatiá cita o autor de uma frase famosa no anedotário do futebol: "Estou feliz por estar em Belém do Pará, cidade onde nasceu Jesus". Ele jura que ouviu ela sair da boca do zagueiro Pescuma. "Se outros falaram, não sei. Eu ouvi dele", assegura, antes de dar vez a uma gargalhada.
Dos títulos que conquistou, o que mais o emociona é o do Torneio do Povo de 1973. "Sabe quem ganhou o jogo pra nós? Um torcedor do Bahia". O Coxa perdia em Salvador, quando da arquibancada alguém apitou. Achando que era do juiz, os zagueiros do Bahia pararam. "O Hélio Pires continuou e fez o gol", recorda. Inesquecível também foram os dois gols sobre a seleção de Marrocos. O 2x0 foi parte de uma viagem que deu ao Coritiba a Fita Azul, prêmio do jornal A Gazeta Esportiva ao time brasileiro de melhor campanha em amistosos no exterior. Depois do Coritiba, Abatiá jogou na Portuguesa, no Colorado e no Pelotas (RS). No final da carreira, o que mais o marcou foi um Grêmio Maringá x Colorado. No Galo, o velho companheiro Paquito. Os dois com 24 gols cada no Paranaense. "Naquele dia, ele marcou, eu, não", recorda. O gol fez de Paquito o artilheiro de 1976.
Depois de aposentar as chuteiras, Tião Abatiá montou a lotérica e passou a cuidar dos imóveis que comprou em Curitiba e no Norte Pioneiro. Não quis ser treinador e nem retomou a faculdade de Educação Física, que interrompeu nos anos 70, em Assis (SP). "O União só jogava o Paranaense. Dava pra estudar tranquilo". recorda. Já distante da bola, encontrou o que considera sua única mágoa: a morte da filha Janaína, num acidente de automóvel, em 1998. Em Ribeirão do Pinhal, próximo a Bandeirantes, Abatiá mantém a amizade com Paquito ("falo com ele toda semana"). Quando está em Curitiba, para visitar os filhos, passa também na panificadora do ex-ponta Aladim
e só lamenta não rever ex-companheiros, como Leocádio, Negreiros e Hermes.
Sempre bem humorado, o atacante de um período dourado de União Bandeirante e Coritiba não alimenta o coro de que, na sua época, o salário era ruim: "Hoje, os salários são bons até para os pernas-de-pau. Mas não me queixo: ganhava bem".
Reportagem: Ayrton Baptista Jr., do FutebolPR (www.futebolpr.com.br)
Fonte: http://br.geocities.com/netuniao/reportagem.htm
Ainda no folclore, Abatiá cita o autor de uma frase famosa no anedotário do futebol: "Estou feliz por estar em Belém do Pará, cidade onde nasceu Jesus". Ele jura que ouviu ela sair da boca do zagueiro Pescuma. "Se outros falaram, não sei. Eu ouvi dele", assegura, antes de dar vez a uma gargalhada.
Dos títulos que conquistou, o que mais o emociona é o do Torneio do Povo de 1973. "Sabe quem ganhou o jogo pra nós? Um torcedor do Bahia". O Coxa perdia em Salvador, quando da arquibancada alguém apitou. Achando que era do juiz, os zagueiros do Bahia pararam. "O Hélio Pires continuou e fez o gol", recorda. Inesquecível também foram os dois gols sobre a seleção de Marrocos. O 2x0 foi parte de uma viagem que deu ao Coritiba a Fita Azul, prêmio do jornal A Gazeta Esportiva ao time brasileiro de melhor campanha em amistosos no exterior. Depois do Coritiba, Abatiá jogou na Portuguesa, no Colorado e no Pelotas (RS). No final da carreira, o que mais o marcou foi um Grêmio Maringá x Colorado. No Galo, o velho companheiro Paquito. Os dois com 24 gols cada no Paranaense. "Naquele dia, ele marcou, eu, não", recorda. O gol fez de Paquito o artilheiro de 1976.
Depois de aposentar as chuteiras, Tião Abatiá montou a lotérica e passou a cuidar dos imóveis que comprou em Curitiba e no Norte Pioneiro. Não quis ser treinador e nem retomou a faculdade de Educação Física, que interrompeu nos anos 70, em Assis (SP). "O União só jogava o Paranaense. Dava pra estudar tranquilo". recorda. Já distante da bola, encontrou o que considera sua única mágoa: a morte da filha Janaína, num acidente de automóvel, em 1998. Em Ribeirão do Pinhal, próximo a Bandeirantes, Abatiá mantém a amizade com Paquito ("falo com ele toda semana"). Quando está em Curitiba, para visitar os filhos, passa também na panificadora do ex-ponta Aladim
e só lamenta não rever ex-companheiros, como Leocádio, Negreiros e Hermes.
Sempre bem humorado, o atacante de um período dourado de União Bandeirante e Coritiba não alimenta o coro de que, na sua época, o salário era ruim: "Hoje, os salários são bons até para os pernas-de-pau. Mas não me queixo: ganhava bem".
Reportagem: Ayrton Baptista Jr., do FutebolPR (www.futebolpr.com.br)
Fonte: http://br.geocities.com/netuniao/reportagem.htm
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