brasil1970

segunda-feira, 21 de março de 2011

O Craque disse e eu anotei - AMILCAR BARBUY "FILHO"

FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS


sexta-feira, 18 de março de 2011

O Craque disse e eu anotei - AMILCAR BARBUY "FILHO"


Um dos momentos mais marcantes do filme do Centenário Corintiano é quando o Senhor Amílcar Barbuy Filho fala sobre o seu pai, que defendeu o Corinthians e o Palestra-Itália. Como admirador do futebol antigo e sabendo que são poucas as pessoas que ainda podem falar da época do Amadorismo, considerei como obrigação prestar uma homenagem à este grande jogador e de uma época onde os jogadores não ganhavam dinheiro, mas jogavam por amor à camisa que vestiam. Através do meu amigo Celso Unzelte obtive o telefone do Senhor Amílcar, que na entrevista mostrou muita lucidez, conhecimento e emoção ao falar de uma época pouco conhecida atualmente. Confiram a matéria.

FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS: O seu pai nasceu na cidade de Rio das Pedras no dia 29 de Abril de 1893. Com quantos anos ele veio pra São Paulo?

AMÍLCAR BARBUY FILHO: Ele deve ter vindo pra São Paulo com uns 7 ou 8 anos, porque começou logo jogando num quadro que eu calculo que tenha sido o Infantil, que seria o Esporte Clube Galopino, o primeiro time que ele jogou. Em 1912, com 19 anos, estava no Corinthians. Nestes dez anos (1900 a 1912) passou pelo Galopino, Belo Horizonte (time da várzea) e o mais famoso, que era o Galo da Várzea, o Botafogo do bairro do Bom Retiro. Aliás, os três eram do Bom Retiro.



FTT: O seu pai quando criança tinha algum time de futebol que torcia, já que quando o Corinthians surgiu em 1910, ele já era um jovem de 17 anos?
AMÍLCAR: Ele não tinha pra quem torcer, mas tinha pra quem jogar. Eu já nasci corintiano, meu pai não, ele se tornou corintiano.

FTT: Ele jogou um bom período no Botafogo do Bom Retiro, que era um time muito forte da várzea na época.
AMÍLCAR: Isso. Era o Galo da Várzea, muito famoso, brigão, arruaceiro e foi fechado pela polícia. Este fechamento é que tornou a ida de muitos jogadores para o Corinthians.

O time do primeiro campeonato em 1914:Fulvio, Casemiro do Amaral, Casemiro Gonzalez: Police, Biano e Cesar; Arisitides, Peres, Amilcar, Dias e Neco.


FTT: Quem eram estes jogadores, alem do seu pai?

AMÍLCAR: Que eu me lembro dele ter dito eram o César Nunes (irmão do Neco). Os outros eu não lembro. Mas devem ter ido uns seis ou oito para o Corinthians.

FTT: O Senhor Hermógenes, irmão do seu pai, foi quem desenhou os primeiros símbolos do Corinthians.

AMÍLCAR: O meu tio desenhou os três primeiros símbolos do Corinthians. Ele era desenhista gráfico, coisa que eu fui também. Então ele fez aquele primeiro, sem o círculo, o segundo já com o círculo e o terceiro e talvez o quarto. Depois quem complementou o escudo foi um pintor famoso, conhecido como Rebolo, que por sinal jogou nos segundos quadros do Corinthians.



FTT: O que o seu pai dizia ao Senhor do início dele no Corinthians? Em 1913 disputou pra entrar na Liga para participar do Campeonato Paulista.

AMÍLCAR: Aí ele já estava presente. Disse que foi muito difícil porque naquela época futebol era de gente de classe alta, sendo que eles eram varzeanos.

FTT: Em 1913 o Corinthians passou a fazer parte do futebol paulista e no ano seguinte foi campeão pela primeira vez, com o seu pai jogando como centroavante. A linha de ataque era Américo, Peres, Amílcar, Aparício e Neco. O que o seu pai dizia do Neco, que é um dos grandes jogadores da história do Corinthians?
AMÍLCAR: Quem levou o Neco para o primeiro quadro do Corinthians foi o meu pai, porque ele vendo-o jogar nos quadros inferiores achou que ele teria grandes possibilidades. Um dos irmãos dele já jogava, que era o César Nunes. Então isso levou o meu pai (que era capitão e técnico) a escalar o Neco nos primeiros quadros, o que foi uma decisão certa. Ele tinha uma cara de mau, mas meu pai disse que aquela história do cinto que ele tirava pra bater nos adversários e nos juízes não é tão verdadeira. Ele não era ruim assim.


FTT: Em 1915 o Corinthians não disputou o campeonato, sendo que seu pai, como alguns outros jogadores, foram emprestados pra outros clubes. E coincidentemente neste ano o Amílcar participou da primeira partida da história do Palestra-Itália, vitória de 2 a 0 contra o Savóia.

AMÍLCAR: Savóia de Votorantim. Jogo feito em Sorocaba, no Castelões.


FTT: A partir daí o seu pai passou a ter uma ligação com o Palestra?

AMÍLCAR: Ele sempre teve porque como oriundi italiano tornou-se sócio do Palestra-Itália, por um dever de italianismo. Isso fez com que participasse deste famoso primeiro jogo.

FTT: Depois o Corinthians voltava a ser campeão em 1916, época inclusive que eu pai começou a jogar na Seleção Brasileira, disputando o Sulamericano da Argentina.

AMÍLCAR: Em 16 ele não era o capitão da Seleção, que era o Lagreca. O capitão era também o treinador. Mas nos anos subsequentes ele foi o capitão.

 Corinthians campeão paulista de 1916.

FTT: De 1917 pra 1918 o seu pai começou a jogar como centromédio (atual médio-volante), posição da qual ele começou a se destacar muito. Na época o grande centromédio era o Rubens Salles. O que pai falava dele? Foi uma referência para ele?

AMÍLCAR: Jogava muito futebol, influenciando o estilo de jogo do meu pai.


FTT: Como jogava o seu pai?

AMÍLCAR: Ele era muito técnico, um posicionamento perfeitíssimo, bem calmo, não se afobava com as jogadas, chute certeiro, cabeçada mais certeira ainda, pois se ele metesse a testa ela, a bola ia direto pro gol. Mesmo jogando como centromédio, manteve as características de atacante.

O primeiro confronto entra as equipes das 2 maiores torcidas do País, também foi o primeiro confronto interestadual do Timão. O jogo aconteceu em 1º de dezembro de 1918, e o Corinthians saiu-se vitorioso por 2 x 1 com gols de Neco e Amilcar para o Timão, e Carlos Araújo para o Flamengo.


FTT: Em 1918 aconteceu a construção do primeiro estádio do Corinthians.

AMÍLCAR: De que meu pai participou, aplanando o terreno. Todos eles, o Neco, meu pai e outros jogadores. Foram os artesões do campo, que era na Ponte Grande.

FTT: 1919 foi o ano que seu pai esteve presente na Seleção Brasileira no primeiro título importante, que foi o Sulamericano, conquistado em Maio no estádio das Laranjeiras. Existe um jogo, pouco antes das finais contra o Uruguai, com o Brasil enfrentando a Argentina, ganhando por 3 a 1, com o seu pai fazendo um gol antológico.

AMÍLCAR: Foi antológico. Ele falava sempre o jogo contra a Argentina estava muito duro, pois se ficasse no 0 a 0, quem disputaria o título com o Uruguai seriam os argentinos. A virada começou com o meu pai percebendo que o goleiro argentino sempre que pegava a bola chutava em direção ao half-esquerdo dele. Uma, duas, três, vezes. Numa das vezes que o goleiro pegou a bola batendo ela até o limite da área e chuta em direção ao médio-esquerdo. Meu pai se antecipou ao médio, mata a bola com o goleiro no limite da área, ainda vagaroso, pois achava que a jogada estava morta, com o Amílcar pegando a bola e marcando exatamente aquele que o Senhor Edson não conseguiu marcar, do meio-de-campo. Esse gol renovou o ânimo dos brasileiros, tanto que terminou o jogo em 3 a 1. O goleiro da Argentina era o famoso Isola.

 Seleção Brasileira campeã do Sulamericano em 1919. Primeiro titulo internacional de nossa seleção.

 Lance da final no estadio das Laranjeiras entre Brasil x Uruguai pelo Sulamericano de 1919.


FTT: Veio a final, contra o Uruguai. No primeiro jogo, um empate por 2 a 2, com gols de Neco. Depois houve a última partida da qual o Brasil ganhou por 1 a 0, gol de Artur Friedenreich.

AMÍLCAR: Estavam muito cansados, disputando a prorrogação. Graças à Deus e ao Friedenreich ficaram com o campeonato.


FTT: Já que falamos de Friedenreich, que é considerado um dos grandes craques do futebol brasileiro em todos os tempos, o que o seu pai dizia deste fabuloso centroavante?

AMÍLCAR: Fabuloso centroavante é o termo técnico, jogava muito, oportunista, estava sempre presente na hora certa pra terminar uma jogada. Era um goleador e um jogador bastante técnico. Aliás, praticamente todos os jogadores desta época eram muito técnicos, porque senão não chegariam em cima.


FTT: O time do Brasil Campeão Sulamericano de 1919 era formado por Marcos, Píndaro e Bianco; Sérgio, Amílcar e Fortes; Millon, Neco, Friedenreich, Heitor e Arnaldo Silveira

AMÍLCAR: Eram todos grandes jogadores, gostava de todos eles. Tinha o Petronilho de Brito, irmão de Waldemar de Brito, um portentoso. Outro grande jogador era o Feitiço.

 Mauricio Sabará e Amilcar Barbuy Filho com a camisa que Amilcar jogou o Sulamericano ,inclusive com as manchas de jogo, sem ser lavada. Uma reliquia de valor inestimavel.


FTT: Depois da grande conquista do Sulamericano de 1919, levando o futebol brasileiro a ser levado à sério pela primeira vez, porque antes não tinha o espaço que tem nos jornais. Dizia-se, inclusive, que nos jornais outros esportes como o cricket eram páginas maiores que o futebol.

AMÍLCAR: Podemos dizer que com o título de 1919, o futebol nasceu realmente no Brasil.

 Seleção Brasileira em 1922.


FTT: Os anos 20 começaram, sendo que a nova meta do seu pai e de todo o time do Corinthians é ser novamente campeão. Não consegue em 1920 e 1921. Surge 1922, quando se comemorava o primeiro Centenário da Independência do Brasil, ganhando o título vencendo o forte Paulistano na final por 2 a 0. O que significou esta conquista ao seu pai e à todos os jogadores?

AMÍLCAR: Este título pra ele tornou-se muito importante porque além dele, tinha também vencido o outro Sulamericano neste mesmo ano. Só que depois do Campeonato do Centenário tiveram problemas, com o meu pai saindo do Corinthians, sendo ainda campeão em 1923, mas já estava de saída.

 Amilcar Barbuy com a camisa da seleção brasileira.


FTT: O seu pai foi jogar no Palestra-Itália. O Senhor sabe o motivo da saída dele?
AMÍLCAR: Teve um motivo muito forte. O meu pai era extremamente honesto e amoroso ao quadro que ele jogava. Quando eles construíram o estádio do Corinthians na Ponte Grande, o meu avô, pai do meu pai, se tornou concessionário de um bar. Em 1922, um daqueles diretores que todo quadro tem, que só deseja nepotismo e prejudicar os outros pra ajudar os amigos em benefício próprio, sendo que nem sei o nome deste diretor, pois meu pai nunca quis me falar, tirou o bar do meu avô. A reação do meu foi também sair do Corinthians. O Palestra-Itália já era um grande rival e meu pai era sócio dele por ser filho de italianos.

FTT: No Palestra-Itália ele foi Bicampeão Paulista em 1926 e 1927, acumulando a função de capitão e técnico, o que já fazia no Corinthians. Como foi a passagem dele no Palestra?

AMÍLCAR: Pra diretoria do Palestra-Itália ele foi bem vindo, porque era um grande jogador, duas vezes Campeão Sulamericano, um cartaz a mais para o Palestra. Assim ele foi levando até 1930, quando começou a se tornar técnico já remunerado, porque passou a treinar o Antarctica Futebol Clube. No Antarctica ele levou diversos jogadores para o futebol, como o nosso Jaú e o Petronilho, que marcava gols de bicicleta antes de Leônidas.

Time palestrino em 1929: Em pé a partir da esq. Serafini, Heitor, Bianco, não identificado, Xingo, não identificado, Amílcar, não identificado ; agachados: Nascimento, Lara, não identificado , Ministrinho, não identificado, Pepe, não identificado, Russo e Osses. O jogo foi nas Laranjeiras, mas o rival era o Botafogo.



FTT: Fale um pouco da passagem dele pela Seleção Paulista.

AMÍLCAR: Em 1929, por exemplo, tem a primeira página de uma Gazeta Esportiva, cujo título está como Generalíssimo da Vitória. Ele já era considerado com idade boa pra não jogar e dizem que foi um espetáculo em campo.


FTT: Em 1929 o seu pai ainda foi Campeão Brasileiro de Seleções, estando prestes a encerrar a carreira no Palestra-itália no ano seguinte. Já em 1931 aconteceu a primeira grande leva de jogadores do futebol brasileiro para o exterior, mais precisamente pra Itália, no time da Lazio.

AMÍLCAR: Começou praticamente no final de 1930, por imposição do Senhor  Benito Mussolini, que praticamente o dono da Lazio, pedindo ao Senhor Luiz Fabbi, que foi inclusive quem marcou o primeiro gol da história do Corinthians, que contratasse jogadores que aprimorassem o quadro da Lazio. Ele levou perto de oito ou nove  jogadores, como Del Debbio, Pepe, Seraphini, Tedesco, Rato, De Maria, Filó e os dois Fantoni de Belo Horizonte (Ninão e Nininho). Isso fez começar um grande êxodo de jogadores brasileiros, que aliás foram os primeiros a serem exportados, no que ocasionou um fato muito interessante depois que eles embarcaram pra Itália, que não era de avião, mas de navio, levando 13 dias. O Mappin Stories tinha uma loja na Rua 15 de Novembro, com vitrines enormes, sendo que  numa dessas eles colocaram a foto da Seleção Brasileira, fazendo com que o povo arrebentasse a vitrine rasgando esta fotografia como uma revolta à esta ida para a Itália. O que ocasionou esta ida para o futebol italiano foi uma declaração do meu pai dizendo que, infelizmente, eles estavam indo embora porque os clubes daqui se apropriavam de todo o dinheiro, não repassando pra benefício dos jogadores. Na Itália começaram como profissionais, ocasionando o nascimento do Profissionalismo do futebol aqui no Brasil em 1933.

A grande Lazio de 1931/32 tambem chamada de BrasiLazio pela grande quantidade de jogadores brasileiros e pelo tecnico Amilcar Barbuy. O time a partir da esquerda: 
Fantoni II (Nininho no Brasil) , Spivach, “Filò” Guarisi, Serafini, “Pepe” Rizzetti, Sclavi, Del Debbio, De Maria, Mattei II, Fantoni I (Ninão no Brasil) e “Ratto” Castelli. Completavam o plantel: Bonadeo, Tognotti, Mattei III, Pardini, Furlani, Malatesta, Tedesco e La Roma Iezzi.
O tecnico era Amilcar Barbuy.



FTT: Foi nesta ocasião que seu pai voltou ao Brasil e trabalhando como treinador. O que ele dizia desta passagem pela Itália? Foi algo importante na carreira dele?
AMÍLCAR: Sim, porque ele se aprimorou como técnico de futebol, inclusive eu tenho a tarjeta dele como treinador da Lazio. Os jornais italianos começaram a elevar a Lazio aos píncaros, que era um quadro fabuloso e chamado de Brasilazio. Dificilmente a Lazio jogou inteira, porque sempre havia jogadores machucados. No final de 1931, com a falta de jogadores, a Lazio dependia de um jogo contra o Bari e, se perdesse, iria pra Segunda Divisão. Não haviam jogadores pra substituir, fazendo com que o Senhor Amílcar entrasse em campo, sendo que os comentários fora “que a vitória da Lazio dependeu inteiramente dele”.


FTT: Teve um jogador da Lazio que veio a falecer, que foi o Nininho, que jogava no Palestra-Itália de Belo Horizonte, o atual Cruzeiro.

AMÍLCAR: Era um excepcional jogador que morreu bestamente, depois de uma bolada no nariz que infeccionou, morrendo depois.

Lazio anos 30 - A partir da esquerda : Fantoni II (Nininho)  , Ferraris IV e Viani.


FTT: Na Itália tentou-se formar um time que muitos jogadores acabaram se machucando, não indo muito pra frente como se esperava. Seu pai acabou retornando ao Brasil, trabalhando no Atlético Mineiro, novamente treinou o Corinthians, as duas Portuguesas paulistas e o São Paulo.

AMÍLCAR: O São Paulo jogava no campo do Antarctica, na rua da Mooca. Aí eu ia junto com ele, assistindo muitos jogos do São Paulo lá, apesar de ser corintiano, mas vi jogar o King, Remo e Zarzur.

Camisa original de jogo da seleção brasileira anos 10/20 e carteira de atleta do Sport Club Corinthians de Amilcar Barbuy


FTT: Quais foram os jogadores que o Senhor viu jogar que mais te agradaram?

AMÍLCAR: O trio final do Corinthians formado por José, Jaú e Jarbas, uma muralha, com o José húngaro. Gostava do Brandão, que jogava na mesma posição do meu pai, sendo levado por ele ao Corinthians quando jogava na Portuguesa de Desportos. No ataque gostava muito do Lopes, Servílio  e Teleco. Um que era excepcional, muito comentado pelo Celso Unzelte, era o ponta-esquerda Carlinhos, um fantástico driblador.
No Palestra-Itália tinha o Pepe, Seraphino, Heitor e Bianco, que jogou no Corinthians. Era a turma que eu gostava.

FTT: O seu pai chegou a comentar sobre algum jogador que lembrava o estilo dele?
AMÍLCAR: O Brandão foi o que mais se aproximou do estilo dele. Inclusive ele chamava o meu pai de mestre.



FTT: E o Senhor não teve vontade de ser jogador de futebol?

AMÍLCAR: Comecei a jogar futebol, cheguei até o Juventus, mas me machuquei em uma partida. Naquele tempo o treinador do Juventus era o Eugênio Vanni. Isso foi mais ou menos entre 42 e 43. Machuquei o cotovelo e o Profissionalismo terminou. Jogava no gol, depois comecei a jogar como Amador no Indiano, no colégio da Glória (Cambuci), jogando com o Homero que jogou no Juventus, Ypiranga e Corinthians. O De Maria também foi do Ypiranga.

FTT: O Senhor lembra bem do time corintiano dos anos 50, com Cláudio, Luizinho e Baltazar?
AMÍLCAR: O Cláudio Christovam de Pinho praticamente fez o Baltazar, porque era o Cláudio centrar e ele marcar de cabeça. Já o Luizinho Pequeno Polegar fazia o diabo em campo e sentava na bola.

FTT: Tinha na época um jogador que atuava na mesma posição do seu pai, como médio-volante, que era o Roberto Belangero. O seu pai gostava do estilo dele?
AMÍLCAR: Jogava junto com o Goiano. O estilo era parecido, bem técnico. O Roberto sempre foi assim. Meu pai apreciava muito o jogo dele.

Amilcar Barbuy  



FTT: Pra finalizar, como foi o reconhecimento do Corinthians e do Palmeiras ao seu pai depois que ele encerrou a carreira?

AMÍLCAR: Infelizmente do Corinthians é mágoa, porque nunca fizeram pro meu pai o que ele fez por eles. Agora no Palmeiras eram outras águas, sendo que meu pai foi enterrado com a camisa do Palmeiras em 1965.


REPORTAGEM: Maurício Sabará Markiewicz.

FOTOS: Estela Mendes Ribeiro.

Encontros eternizados - BRANDÃO & INDIO ARAUTANA


Brandão cumprimenta indio Carajá Arautana, convidado para o jogo Corinthians 1 X 1 Palestra Itália, no Parque São Jorge em 1938.

Revista do dia - ESPORTE ILUSTRADO 1942

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