brasil1970

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Craque da Semana - " FLAVIO MINUANO"



O INICIO NA VARZEA

Flávio Almeida da Fonseca, mais conhecido como Flávio Minuano, Flávio Bicudo ou simplesmente Flávio é um dos maiores artilheiros da história do futebol brasileiro e mundial. Por onde passou, marcou época com seus gols decisivos e sua humildade. Flávio nasceu na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no dia 9 de setembro de 1944. Quando menino, Flávio tocava saxofone e entregava jornais, profissões que trocou depois pela de jogador de futebol. Começou sua cerreira no futebol no Real Madri, equipe de várzea da cidade de Porto Alegre, de onde ele se transferiu para o Sport Club Internacional em 1959.

FLAVIO APARECE PARA TODO PAÍS NO INTER
Em 1959 foi fazer um teste para ingressar nas equipes infantis do Sport Club Internacional e marcou três gols em 35 minutos de partida. O grande feito lhe rendeu a camisa número 9 do colorado, onde jogou como profissional de 1961 até 1964. Ingressou no time principal do Internacional em 1961, sendo campeão gáucho aquele ano e ganhando o apelido de Flávio Bicudo. Porem apesar de artilheiro, Flavio somente conqusitou um titulo gaucho,logo em seu primeiro ano 1961. O futebol no estado era comandado pelo Grêmio que já havia conquistado os titulos de 56, 57, 58, 59, 60 e teve a serie quebrada em 61 mas prosseguiu até 68. Flavio neste periodo travou grandes duelso contra Airton Pavilhão.

FLAVIO AGORA É DO CORINTHIANS

Flavio e um fã mirim em 1964.
Em 1964 transferiu-se para o Corinthians aonde ficou até 1969. Mesmo não conquistando nenhum título foi o artilheiro do estadual de 1967 com 21 gols (superando Pelé) e marcou um dos gols que quebrou o tabu de 11 anos que o Corínthians ficou sem ganhar do Santos. Foi neste período que ganhou do locutor Geraldo José de Almeida o apelido de Flávio Minuano, numa alusão ao vento minuano, característico do Rio Grande do Sul.

Flavio formou um belo ataque no Corinthians com Rivelino, Buião e Paulo Borges mas acabavam perdendo as decisões para o quase imbativel time do Santos e aumentando a cada ano a fila de espera da torcida.

Flavio é até hoje o nono maior artilheiro da historia do Corinthians.

Segundo o Almanaque do Timão (de Celso Unzelte), Flávio marcou 166 gols pelo alvinegro, sendo um deles na histórica vitória sobre o Santos, em 1968, quebrando um longo tabu sem vitórias sobre o time da Vila Belmiro . Por causa deste gol, Flavio juntamente com Paulo Borges foram homenageados recentemente pela diretoria do Corinthians colocando seus pés na calçada da fama no Museu do Clube em Parque São Jorge .
CAMPEÃO BRASILEIRO PELO FLUMINENSE


Atuou pelo Fluminense de 1969 a 1971, tendo conquistado os títulos de Campeão Carioca de 1969, 1971 e a Taça de Prata de 1970 onde foi grande destaque, apesar de ficar fora das finais por contusão. Foi substituído por Mickey que honrou sua camisa de número nove.
Foi o artilheiro do Fluminense na Taça de Prata com 11 gols e do Campeonato Carioca de 1969 com 15 tentos.Em pouco tempo de Fluminense tem a preciosa marca de 92 gols em 115 jogos.
Autêntico centroavante, com excelente porte físico, valente e oportunista, cansou de estufar as redes adversárias levando ao delírio a torcida tricolor.Ganhou o apelido de "minuano" devido a sua origem ( RS ) e a ventania e estragos que produzia nas defesas adversárias.
Segundo tricolores mais idosos só um centroavante foi superior a Flávio; o jogador Waldo.
Formou um ataque inesquecível onde junto com ele brilhavam Cafuringa, Samarone e Lula.


Time campeão carioca em 1971

São Paulo, 7 de novembro de 1970.
O Campeonato Brasileiro se aproxima de sua reta final. O Palmeiras lidera o Grupo A, com 12 pontos. O Fluminense lidera o Grupo B, com 15 pontos. A equipe paulista possui a melhor defesa do certame, ao passo que o ataque tricolor é o mais positivo.

O duelo entre os dois melhores times do Brasil atraiu uma multidão ao Morumbi. A torcida tricolor se fez presente na Terra da Garoa, dando uma lição de como se deve torcer: palmas, pó-de-arroz e bandeiras.
Antes da peleja, a imprensa via "dois times de ótimas defesas e ataques razoáveis". A Placar apontava o Palmeiras como favorito, e argumentava: "No gol está a diferença, pesando mais a favor do Palmeiras: o firme Leão de um lado; o irregular Félix do outro". Leão acabaria nem jogando, e Félix, mais uma vez, calaria seus críticos.
Certa hora, o árbitro Sebastião Rufino inventa um pênalti para o Palmeiras. César chuta, Félix pula à esquerda e defende. Era mesmo um dia perfeito para o Fluminense.
Aos 25 minutos, falta de Baldocchi em Samarone. Flávio bate no ângulo: Fluminense 1 a 0.
Aos 37 minutos, tabela de Samarone e Flávio. Mais um gol de Flávio: Fluminense 2 a 0.
Aos 9 minutos do segundo tempo, Flávio tira a bola de Nelson e empurra para as redes: Fluminense 3 a 0.
Estava decidido: o melhor time da Taça de Prata é mesmo o Fluminense.
Só uma pessoa poderia estragar o espetáculo bonito, de gols e bola correndo pelo chão: o juiz Sebastião Rufino. Ele quase conseguiu isso, quando expulsou Flávio, o artilheiro do jogo. Escrevi artilheiro do jogo, mas preciso ampliar: com os três tentos de hoje, Flávio chegou a onze, e agora é também o artilheiro do campeonato

A VOLTA AO CLUBE QUE O PROJETOU

De volta a Porto Alegre e ao Internacional , Flavio usou de toda sua experiencia para ajudar ao clube a conquistar o seu primeiro campeonato brasileiro. E fez mais pois com sua participação o Colorado conquistou logo o bicampeonato em 75 / 76.
Logo na estreia do campeonato na primeira partida fez 2 gols na vitoria do Inter por 3x1 sobre o Figueirense. No segundo jogo nova vitoria ,desta vez fora de casa contra o Vitoria por 5x0 e novamente mai um gol seu.

Flavio e Lula ao fundo, formaram
um belo ataque no Inter.

O terceiro jogo tambem fora de casa e nova vitoria pelo magro placar de 1x0 sobre o Goiania. Adivinhe gol de quem? Ele, Flavio Minuano. A quarta partida aconteceu contra a portuguesa e a vitoria por 2x0 com mais 2 gols do artilheiro. A esta altura aqueles torcedores que pensaram estar velho o atacante tiveram de se curvar e ver que ele chegou ao clube como solução para a escassez de gols e não falhou em sua missão..

Flavio e o gol, uma rotina no brasileiro de 75.

SELEÇÃO BRASILEIRA

Pela seleção brasileria jogou de 1963 a 1966 atuando em 18 partidas fazendo 8 gols.

E Flávio ainda tem mais uma marca expressiva. Ele afirma ter feito 1.070 gols em toda sua carreira. Em julho de 1973, em entrevista à revista "Placar", Flávio, então no Porto (POR), revelou que seu empresário e dois jornalistas o ajudaram a fazer uma lista, e que ele já somava 972 gols desde as categorias de base, tendo anotado o milésimo gol em 1976. "Foi quando eu jogava pelo Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, em uma partida contra o Caxias no Alfredo Jaconi. Acho que foi empate de 3 a 3. O pessoal lá comemorou, teve um oba-oba, mas foi uma coisa superficial. O Brasil não ficou sabendo. Recentemente, fizeram um levantamento e me falaram que eu fiz 1.070 gols no total. Isso é o que me falaram, eu não tenho certeza (risos)."Segundo a edição especial da revista Placar "Os Grandes Artilheiros", Flávio fez 448 gols em jogos oficiais, sendo o 17º maior artilheiro do futebol brasileiro. Atualmente, Flávio trabalha com escolinhas infantis de futebol em São Paulo, no distrito de Ermelino Matarazzo.


Garrincha, Ademir da Guia, Flavio, Pelé e Rinaldo


ESQUECIDAS FAÇANHAS DESTE ARTILHEIRO

*Campeão gaúcho pelo Internacional em 1961;
*Placa no Corinthians por 166 gols e por ser o autor do gol que quebrou o jejum de 11 anos sem vitória sobre o Santos:
*Gol do título de Campeão da Taça Guanabara pelo Fluminense em 1969;
*Gol do título de Campão Carioca em 1969
*Goleador do campeonato carioca de 69 pelo Fluminense:
*Jogou somente 2 anos no Flu e é o quarto maior goleador da história do clube;
*Ìdolo e goleador no Porto(Portugal) onde jogou de 72 a 75
*Vários jogos com Pelé como titular na seleção brasileira:
*Campeão Brasileiro pelo Internacional em 1975;
*Goleador do campeonato brasileiro de 75;
Valdomiro disse que foi o centroavante mais completo com quem ele jogou.

Clubes
1961 - 1964: Internacional
1965 - 1969: Corinthians
1969 - 1971: Fluminense
1972 - 1975: Porto
1975 - 1976: Internacional
1977 - 1977: Pelotas
1977 - 1977: Santos
1978 - 1978: Figueirense (SC)
1979 - 1979: Brasília
1981 - 1981: Jorge Wilstermann


Títulos
1961 - Campeão do Campeonato Gaúcho - Internacional
1969 - Campeão do Camepeonato Carioca - Fluminense
1970 - Campeão do Campeonato Brasileiro - Fluminense
1975 - Campeão do Campeonato Gaúcho - Internacional
1975 - Campeão do Campeonato Brasileiro - Internacional
1976 - Campeão do Campeonato Gaúcho - Internacional

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Revista do Dia - PLACAR 1971


Revista Placar de dezembro de 1971. Na capa os tres campeões brasileiros Humberto Monteiro, Vanderlei Paiva e Vantuir.
O Atletico sagrava-se neste ano o primeiro campeão brasileiro nos novos moldes do campeonato criado pela CBF.

Encontros eternizados - DI STÉFANO, MESSI E MARADONA


Messi receb o Premio "Di Stéfano" entregue todos os anos ao melhor jogador do campeonato espanhol. Recebeu o premio das mãos do proprio Di Stéfano e de Maradona convidado pelo Barcelona.
Messi no meio de tanta alegria não se esqueceu de dizer: «Estou mais orgulhoso do que nunca por estar ao lado de Maradona e Di Stéfano e muito contente por terem sido eles a me entregarem o prémio».
Eis na foto acima o encontro de tres gerações de genios argentinos.

Esquadrão Inesquecivel - CORTIBA 1973


Este time começou a ser formado no final dos anos 60. Conquistaram o bicampeonato de 68 e 69 e somente tiveram uma enorme sequencia quebrada pelo titulo do Atletico em 70 . Depois deste "tropeço" o Coritiba voltou a vencer os paranaenses de 71,72,73,74,75 e 76.
O Coritiba era o atual Bicampeão Estadual, vinha de um 5º lugar no Campeonato Brasileiro e da internacional conquista da Fita Azul, em 1972, cedida pelo conceituado jornal Gazeta Esportiva, de São Paulo. Porém, o Clube não era considerado um dos favoritos. Grande engano, pois um time que tinha Jairo, Orlando, Oberdan, Cláudio, Nilo, Hidalgo, Negreiros, Sérgio Roberto, Tião Abatiá, Hélio Pires, Zé Roberto, Néo, Dreyer, Aladim , Reinaldinho e Dirceu tinha raça, amor e vibração.



Nilo o lateral esquerdo com passagem pela seleção brasileira.


Um belissimo esquadrão campeão paranaense e do Torneio do povo

O Torneio do Povo foi disputado pelas eqipes que possuiam na época as maiores torcidas em seus estados. Assim o Flamengo do Rio, Corinthians de SP, Atletico de MG, Inter do RS, Bahia da BA e o Coritiba do PR.
Campanha: 4 vitórias - 3 empates - 1 derrota


Hidalgo o grande lider deste time
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OS 3 JOGOS DA FASE FINAL


21/02 - CORITIBA 1 X 0 CORINTHIANS

Local: Belfort Duarte - PR
Árbitro: José Aldo Pereira (RJ)
Gols: Oberdã aos 43´ do 2º tempo
Renda: Cr$ 149.649,00 para 18.965 pagantes
CORITIBA: Jairo; Orlando, Pescuma, Oberdan e Nilo; Hidalgo e Negreiros; Sérgio Roberto (Reinaldinho), Leocádio, Zé Roberto e Cláudio. Treinador: Tim.
CORINTHIANS: Ado; Zé Maria, Vágner, Luís Carlos e Miranda; Tião e Adãozinho (Nélson Lopes); Vaguinho, Mirandinha (Tião Marino), Lance e Marco Antônio. Treinador: Duque
Oberdan fez o gol contra o Corinthians no
final da partida. Aqui ele aparece coma faixa de
tricampeão paranaense de 71-72-73


25/02 - CORITIBA 1 X 0 FLAMENGO

Local: Maracanã - RJ
Árbitro: Sebastião Rufino
Gols: Zé Roberto aos 28' do 2º tempo
Renda: Cr$ 218.371,00 para 27.402 pagantes

CORITIBA: Jairo; Orlando, Oberdan, Cláudio e Nilo; Hidalgo (Dreyer) e Negreiros; Sérgio Roberto (Reinaldinho), Zé Roberto, Leocádio e Aladim. Treinador: Tim.
FLAMENGO: Renato; Moreira, Chiquinho, Fred e Rodrigues Neto; Liminha e Chiquinho II; Rogério, Dario, Doval e Arílson (Víctor). Treinador : Zagalo.

Ze Roberto faz o gol da vitoria contra o Flamengo.
21/03 - CORITIBA 2 X 2 BAHIA
Local: Fonte Nova - Salvador
Árbitro: José Marçal Filho (RJ)
Gols: Aladim aos 24´ do 1º; Fito aos 14´ Perí aos 16´ e Hélio Pires aos 27´ do 2º tempo
Renda: Cr$ 168.607,00 para 21.975 pagantes
Expulsões: Hidalgo e Cláudio aos 16´ do 2º tempo, além do diretor de futebol, Luiz Afonso

CORITIBA: Jairo; Orlando, Oberdan, Cláudio e Nilo; Hidalgo e Negreiros (Dreyer); Leocádio (Reinaldinho), Hélio Pires, Zé Roberto e Aladim. Treinador: Tim.
BAHIA: Zé Luís; Ubaldo, Washington, Roberto e Romero; Baiaco e Fito; Natal, Douglas, Picolé (João Daniel) e Perí. Treinador : Evaristo de Macedo.
Detalhes:
· O Coritiba saiu ganhando com um golaço de Aladim, de fora da área. O Bahia empatou de pênalti e virou para 2x1, em um lance discutível. Por reclamação, Hidalgo e Cláudio acabaram expulsos e o time alviverde jogou 30 minutos com dois atletas a menos.
· A expulsão de Hidalgo, que tentou agredir o árbitro, foi a única em toda sua carreira.
· Quando o estrategista Tim bolava uma tática pouco convencional, ele dizia ter criado uma "Arataca". Depois da expulsão dos dois atletas paranaenses, Tim bolou: "Vamos deixar o Hélio Pires enfiado no meio dos dois zagueiros, segurando ambos, para ganhar um homem. O Zé Roberto cai totalmente aberto pela esquerda, e fica cruzando bola para ele, entre os dois zagueiros. Vou trocar os meias ofensivos por volantes, para recompor minha defesa. E a ordem para o time é: toda e qualquer bola que a defesa ou o meio pegarem, devem lançar rapidamente para o Zé Roberto".
· O gol de empate Coxa, o do título, é digno de nota: Zé Roberto lançou na medida Hélio Pires, no meio dos dois zagueiros. Um torcedor baiano (Antônio Sá Teles) apitou das arquibancadas e a defesa do Bahia parou, pensando ter o juiz marcado impedimento. Dreyer gritou "Chuta logooo...". Nosso atacante prosseguiu e empatou o jogo.
· Reparou ? Entre o segundo tento baiano e o gol do título se passou apenas onze minutos. Ou seja, a "arataca" criada por Tim foi altamente eficiente.
· Quando o árbitro deu a partida por encerrada, os jogadores do Coritiba correram para comemorar a conquista no vestiário. Os dirigentes baianos pressionaram o juiz, por não ter dado descontos, decorrentes da confusão ocorrida na expulsão dos jogadores coritibanos. Os atletas foram então obrigados a voltar ao gramado para jogar mais três minutos

sábado, 17 de abril de 2010

Encontros Eternizados - VAN BASTEN & BREITNER



Paul Breitner entrega o prêmio de Melhor Jogador do Mundo (Bola de Ouro) em 1989 a Marco Van Basten.

Manchete - Tostão e Pelé


Edição de 20 de Junho de 1970. A revista trazia como materia principal o retorno de Tostão as vesperas do inicio da Copa, recuperado da operação no olho.
A manchete trazia os dizeres JOÃO SALADNHA NO PAREDÃO alusiva a condição de Pelé e Tostão atuarem na mesma posição.

Craque da Semana - BELLINI

O INICIO DA CARREIRA

A partir de 1949, já decidido a virar jogador de futebol, a vida de Bellini mudou. O futuro zagueiro da Seleção Brasileira espantava os torcedores da região com sua determinação e já era titular de todas as equipes que defendia. A notícia de um zagueiro estiloso logo circulou pelas cidades vizinhas e chamou a atenção de alguns olheiros de clubes menores. Depois de observar o futebol de Bellini de perto, o olheiro Mauro Xavier da Silva não esperou a ansiedade para contar ao clube onde trabalhava, o modesto Sãojoanense, que contava em seus quadros com um tal de Mauro Ramos de Oliveira. Pegou o primeiro ônibus de Itapira para São João da Boa Vista e, já no começo da madrugada, bateu na porta do presidente Francisco de Bernardes, que ainda sonolento, pediu que voltasse no outro dia. Foi quando Mauro insistiu e acabaram conversando. Bellini ficou por três anos no clube e mesmo atuando pela segunda divisão do futebol paulista, chamou a atenção dos grandes da capital.


O VASCO EM SUA VIDA

Iniciou a sua carreira entre 1949 e 1951, quando atuou pelo Sanjoanense, de São João da Boa Vista, no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Sempre jogando duro, mas com muita lealdade, Bellini chamou a atenção dos dirigentes do Clube de Regatas Vasco da Gama, que resolveram levá-lo para São Januário. O técnico Flávio Costa, que dirigia a equipe naquela época, foi que lhe ensinou a jogar sério e sem enfeitar. Desta maneira não demorou a ganhar a confiança e respeito da torcida vascaina. Durante os dez anos que permaneceu no Vasco, Bellini conquistou três títulos estaduais: 1952, 1956 e 1958, e duas Copas do Mundo 1958 e 1962.

Bellini em ação contra o Flu


Realmente 1958 foi um ano inesquecível para ele. Neste ano, teve a honra de ser o primeiro brasileiro a levantar a Taça Jules Rimet, quando o Brasil derrotou os donos da casa na final da Copa do Mundo da Suécia. Após o término da decisão, recebeu do rei sueco Gustavo Adolfo o troféu e seu gesto de erguê-la ao céu entrou para história do futebol mundial. Para imortalizar tal imagem, foi construída uma estátua de bronze no Estádio do Maracanã.
Almir e Bellini

Com algumas propostas na mão, Bellini apostou alto e preferiu acertar com o Vasco da Gama e partiu para o Rio de Janeiro, que sem saber o quanto que o clube carioca tinha pago pelo seu passe, assustou-se ao verificar o primeiro salário recebido, um valor extremamente superior ao que ganhava no humilde Sãojoanense.
A trajetória de Bellini no Vasco pode ser considerada cinematográfica. Ali o capitão permaneceu por dez anos, conquistando três títulos cariocas, em 1952, 1956 e 1958, formando na época uma equipe simplesmente espetacular; Barbosa, Dario, Bellini, Orlando e Coronel; Écio e Rubens; Sabará, Almir, Vavá e Pinga


No Campeonato Carioca de 58, o Vasco foi super-supercampeão, depois de disputar dois triangulares decisivos com o Botafogo e Flamengo. Naquele ano, a zaga do Vasco era uma verdadeira muralha contra os ataques adversários e Bellini com sua simplicidade e seriedade se destacou, repetindo as atuações do mundial conquistado pelo Brasil na Suécia.

Quatro anos depois, o Brasil foi para o Chile, onde conquistou a sua segunda Copa do Mundo. Desta vez, o grande capitão de 1958 ficou na reserva de Mauro, zagueiro do Santos e quem o substituiu na função de líder da equipe e, nem por isso reclamou de não estar entre os 11 titulares. Casos como estes mostram como o senso profissional era uma das suas características mais marcantes.
Bellini é considerado até hoje o maior capitão na historia do Vasco da Gama.

O ZAGUEIRO VAI PARA O SÃO PAULO

Em 1962, foi vendido ao São Paulo, entrando no lugar do zagueiro Mauro Ramos. Ficou no clube por seis anos, e não conquistou nenhum título por ele. É que na época o tricolor paulista estava construindo seu estadio, o Morumbi e o futebol passava por um periodo dificil.
Bellini contra o Corinthians. Sempre firme na marcação.

Bellini tentou com sua raça e liderança ajudar o clube a sair da fila mas a diretoria não contratava grandes jogadores e os titulos acabaram não vindo.


Bellini é o primeiro de pé a esquerda


BELLINI ENCERRA A CARREIRA NO FURACÃO
Bellini não era muito técnico. Pelo contrário, sua principal característica era o vigor físico, a excelente impulsão e o ótimo posicionamento. Além disso, seu espírito de liderança e a disposição para treinar foram características que contribuíram para sua carreira gloriosa. Quando chegou ao Atlético, Bellini tinha quase 38 anos. Era bicampeão mundial e consagrado internacionalmente. Mas nem por isso perdeu a humildade. Tratava a todos de modo igual, desde o juvenil até o presidente.


Em 1968 acabou arriscando tudo ao aceitar uma proposta do Atlético-PR, na época uma equipe desconhecida da maioria dos torcedores. Junto com ele, também foi outro veterano, Djalma Santos, que também foi campeão mundial em 58 ao lado de Bellini. Na capital paranaense, atuaram por três anos, conquistando o campeonato paranaense no último ano como profissionais.Bellini, já com 40 anos, ainda exibia grande forma física, graças a fidelidade com as obrigações extra-campo. Já casado, o capitão atuou no Furacão com a mesma responsabilidade de quando era iniciante, exibindo um futebol sério e passando segurança à equipe.
Com o título em 1970, decidiu pendurar as chuteiras, apesar dos pedidos para prosseguir atuando. E assim, o homem que erguera a taça pela primeira vez, sentiu o cansaço e decidiu baixar os braços, para a tristeza do mundo futebolístico.


Bellini com o prefeito de Curitiba

O GRANDE CAPITÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA
Bellini fez sua estréia na Seleção Brasileira em 1957, nas eliminatórias para a Copa de 58 na Suécia, mais precisamente no dia 13 de abril, no empate em 1 a 1 contra o Peru, em Lima. Devido a sua seriedade em campo, o técnico Vicente Feola lhe deu a tarja de capitão já na reta final da preparação para a Copa do Mundo, após ser elogiado publicamente pelo Marechal da Vitória, Paulo Machado de Carvalho. Durante o mundial na Suécia, demonstrou muita seriedade e um estilo de jogo acima da média para os beques da época. O título e o gesto de levantar a taça Jules Rimet só coroaram o excelente mundial realizado. Bellini certa vez disse: "Foi sensacional ir à Suécia em 58, ainda garoto.
Ser convocado já era um prêmio. Ser titular e capitão de uma seleção que só tinha feras então, nem era bom pensar.

São poucas as pessoas no mundo que podem se orgulhar de ter criado algo, um produto, uma fórmula, um objeto e, até mesmo um gesto. Assim como surgiu o cumprimentar de mãos, o abraço, o beijo no rosto, Bellini pode se orgulhar de ter feito pela primeira vez um movimento que alegra dos mais jovens aos mais idosos, do mais rico para o mais pobre. Graças a ele, foi criado um dos gestos mais significativos do futebol e, até mesmo, dos outros esportes; o levantar da taça de campeão. Os brasileiros em especial, jamais esquecerão daquele gesto feito por Bellini no dia 29 de junho de 1958, dia em que conquistamos o primeiro título mundial, ao vencermos a Suécia por 5 a 2. Foi uma copa que jamais esqueceremos, pois foi neste mundial que o mundo conheceu Pelé, Garrincha, Gilmar e também o nosso capitão que orgulhosamente levantou a taça de campeão.




Bellini e o gesto imortalizado




Bellini e seus dois companheiros de Vasco e seleção, Vavá e Orlando
Junho de 1958. O Brasil vence a Suécia por 5 a 2 e conquista sua primeira Copa do Mundo. Como capitão daquela equipe que foi a pura expressão do futebol arte, entrou para a história ao erguer a Taça Jules Rimet aos céus. Com o seu estilo sóbrio de jogar, Bellini sempre foi muito respeitado por todos nos clubes em que atuou como profissional. Isto ocorreu no Sanjoanense, onde iniciou a sua brilhante carreira , no Vasco, clube que o projetou nacionalmente e que lhe deu as suas maiores alegrias como atleta, no São Paulo e no Atlético Paranaense, onde abandonou o futebol aos 39 anos. Sua liderança dentro de campo sempre pode ser notada, quando exigia seriedade e respeito de seus companheiros ao adversário.



O grande capitão brasileiro

Representou o Brasil em 3 Copas: a de 1958 foi o capitão, jogou ao lado de Orlando Peçanha, a dupla de zaga da seleção era a mesma do time titular do Vasco, e fez um gesto copiado até hoje pelos jogadores, a de levantar a taça, na ocasião ele teve que levantá-la pois os fotógrafos não estavam conseguindo visualizar a Taça Jules Rimet; no bicampeonato, apenas "esquentou" banco para Mauro e Zózimo(Bellini já atuava no São Paulo); na Copa do Mundo de 1966, formou dupla de zaga com Altair, porém o Brasil foi eliminado na primeira fase



O mais famoso ponto de encontro dos torcedores que vão ao Maracanã é uma estátua de bronze, em frente a rampa da Avenida Maracanã, representando um jogador simbolico erguendo a Taca Jules Rimet. Erigida para homenagear os bi-campeões mundiais de 58/62, a estátua reproduz o imponente gesto imortalizado por Bellini, até hoje imitado pelos capitães das seleções campeãs das Copas. O rosto da estatua nao apresenta a menor semelhançca com o capitão da seleção campeã do mundo de 58 - ao contrário, dizem que ela se parece com o antigo cantor popular Francisco Alves. Apesar disso, a estátua foi logo batizada de Bellini pelo torcedor carioca. Bellini era também o capitão da equipe do Vasco e um jogador fortemente identificado com a camisa cruzmaltina. Porém, não importando para qual clube torcem, muitos frequentadores do Maracanã costumam marcar encontro "no Bellini".


Didi e Bellini erguem a Taça de campeão do mundo em 68














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