FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS
Fair Play & Amizade
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Santos
1984 - Campeão Paulista - Toninho Oliveira, Rodolfo Rodrigues, Márcio
Rossini, Toninho Carlos, Dema e Paulo Róbson; agachados: Lino, Paulo
Isidoro, Serginho Chulapa, Pita e Camargo.
O cantor Miltinho de pé assiste ao craque santista Tite tocar piano. Um encontro eternizado nos anos 50.
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Paulo
Isidoro foi uma das melhores entrevistas que realizei. Uma pessoa
simples, aberta , que vive o futebol até hoje. Ele possui uma escolinha
para garotos até 16 anos, fazendo um belissimo trabalho social. Logo que
cheguei ao local de treinamento fiquei observando as orientações que
Paulo Isidoro passava aos aspirantes a futuros craques. Logo se via que o
professor entendia do assunto.
Tão
logo terminou o treino ele veio me receber e me consedeu uma entrevista
contando detalhes interessantes, jamais contados sobre a seleção
brasileira de 82 e o Atletico vice campeão brasileiro de 77.
Confiram toda sinceridade e espontaneidade de Paulo Isidoro.
FTT –
FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS – Paulo Isidoro. Você começou na base do
Atlético e logo que subiu acabou sendo emprestado ao Nacional de Manaus.
Para um jovem , chegou a ficar frustado com esta transferência?
PAULO ISIDORO - Para
mim foi muito bom. O Atlético tinha por costume emprestar jogadores
revelados na base para pegarem experiencia e minha ida foi muito
oportuna. Fiquei em Manaus um ano e lá amadureci bem.
FTT - Foram outros jogadores do Atlético com você para lá?
PAULO ISIDORO - Foram.
O interessante foi isto aí , pois foram outros jogadores e nós
conseguimos um melhor entrosamento e tambem amenizar a saudade de casa.
Eu por exemplo era muito jovem, nunca tinha ficado tão longe da familia e
aí era importante esta amizade que levamos de BH.
FTT - Chegou 1975 e você retornou ao Atlético. Quem te lançou no time principal?
PAULO ISIDORO - Foi
o Telê. Ele quando eu estava no junior, antes de ir pra Manaus já tinha
falado com a diretoria: "este aí voces podem emprestar para o Nacional
para pegar experiencia que quando voltar vai pro time de cima."
Não deu outra. Eu voltei e ele me lançou entre os profissionais.
Atlético 1976 - A base do Galo no time profissional
Em
pé: Paulo Benigno, Barbatana, Vantuir, João Leite, Modesto, Ortiz,
Gregório (massagista) e Waltinho (massagista); na fila do meio estão
Silvestre, Ângelo, Danilo, Marcio, Flávio, Toninho Cerezo, Dionísio e
Getúlio; Sentados: Reinaldo, Marinho, Alfredo, Wallace, Marcelo, Paulo
Izidoro, Heleno e Marcinho
FTT
– Surgia ali o time mágico de garotos formados na base. Paulo Isidoro,
Marcelo, Reinaldo, Danival, Cerezo , Marcelo, Marinho e cia. O que dizer
deste time?
PAULO ISIDORO - Olha
o que eu tenho a dizer hoje é que tenho muitas saudades. Este time
marcou a vida de muita gente. Não só a minha como a de outros jogadores
como o Angelo, o Cerezo, o Reinaldo e não apenas nós jogadores. Este
time marcou a torcida do Atlético. Você ve que até hoje este time da
decada de 70 e muito comentado.
Eu
inclusive não entendo porque hoje se revela tão poucos jogadores pois a
estrutura é muito melhor do que na nossa época, não falta nada e tem
aparecido muito poucos jogadores. O trabalho é bem feito mas não sei o
que acontece. Talvez a falta de seuqencia, pois hoje os dirigentes
querem imediatismo. Então o jogador sobe, joga uma partida e se não
jogar bem na segunda já está fora , não tem a chance de ter uma
sequencia.
FTT – Por ironia do destino chegou a final do brasileiro em 1977 e o Atlético sem perder um jogo sequer acabou perdendo nos pênaltis.
Você considerava o time do Galo superior ao do São Paulo?
PAULO ISIDORO - Considerava
sim, tanto é que os numeros mostram isto. O Atlético era superior . Nós
tinhamos 10 pontos a mais do que eles, tinhamos o artilheiro do
campeonato, enfim eramos melhores.
FTT – E o que faltou para o Atlético mostrar em campo esta superioridade?
PAULO ISIDORO - Olha, o que faltou neste jogo foi humildade do Barbatana que ele não teve. Ele mensoprezou um pouco o time do São Paulo, olhou o time deles muito por cima. Inclusive
ele mexeu no nosso meio campo, mudou o jeito do time jogar. O Reinaldo
fazia falta? (estava suspenso) Fazia , mas tinhamos totais condições de
vencer mesmo sem ele. A meu ver o grande culpado foi então o Barbatana.
Ele estava totalmente diferente no dia da final. Uma coisa que nós
jogadores costumávamos fazer na concentração era lavar nosso carros. Ele
não queria que a gente lavasse e proibiu mais um monte de coisas. Eu
acabei discutindo com ele e ele me falou que eu não iria nem jogar
então. Eu retruquei e falei que seu eu não fosse jogar era problema
dele.
Chegou na hora do jogo e ele para mostrar sua autoridade me tirou do time titular.
O time saindo de campo derrotado mas com a mesma união vinda da base.
FTT – Você
acredita que se tivesse atuado com o Marcelo , juntos a historia
poderia ser outra? Afinal vocês se conheciam desde os juvenis. Você
acabou entrando exatamente no lugar dele.
PAULO ISIDORO - Com
certeza. Foi como você disse: nós nos conheciamos desde os infantis. A
gente se entendia bem demais e estávamos jogando todo campeonato juntos.
Acabou acontecendo muita coisa na concentração que a gente abafava e
resolvia por lá pra não vazar para a imprensa.
FTT
– O Atlético começava uma hegemonia em Minas a partir de 78. Foi
bicampeão em 79 e você acabou sendo trocado pelo Eder com o Grêmio. O
porque desta troca?
PAULO ISIDORO - A troca na época foi muito boa, veio no momento exato da minha carreira. Porque
eu já tinha feito tudo de bom , tudo que estava ao meu alcance para
servir o Atlético. E naturalmnte todo jogador vive aquela expectativa de
uma trasnferencia e em 79 existiu a possibilidade desta troca
envolvendo eu e o Eder. Sei que eu estava a fim de sair e o Eder parecia
que tambem queria voltar pra Minas e a transação foi boa para os dois
lados.
PAULO ISIDORO VAI PARA O GRÊMIO GANHAR TITULOS
FTT
– Bem mas você saiu de um grande time e foi parar em outro. Foi para o
Grêmio . Se lembra mais ou menos da escalão deste time?
Leão,
Paulo Roberto, Vantuir, Hugo De Leon e o Casemiro ou Dirceu na lateral
esquerda, China ou Vitor Hugo, Paulo Isidoro, Vilson Tadei.Tarciso,
Baltazar e Renato Sá ou Odair. Este time do Grêmio era muito
forte,atroleva mesmo
FTT - Mas na lateral não era o Nelinho?
PAULO ISIDORO - É mas o Nelinho ficou pouco tempo com a gente. Acho que só um ano. Aí quando ele saiu começou o Paulo Roberto.
FTT – Campeão gaúcho em 80 e da copa do Brasil e Brasileiro em 1981.
Era um time de mais força ou tinha muita técnica também?
PAULO ISIDORO - Ele
aliava as duas coisas. Primeiro ele tinha muita força pra sair e
depois tinha muita tecnica nas finalizações. Nosso contra ataque era
mortal. Nosso time era perfeito nas finalizações. O mais interessante é
que os adversarios conheciam nossas jogadas mas não conseguiam parar. Eu
era muito rapido e me deslocava muito, o Tarciso tambem era muito
rápido e o Baltazar tinha uma colocação impressionante dentro da area. E
nós treinávamos muito esta jogada. Hora o Tarciso vinha pela ponta e eu
no meio hora ele fechava pelo meio e eu caía na ponta. Nossa equipe
então aliava força e tecnica.
FTT – Como era jogar com um xerifão como o Dé Leon?
PAULO ISIDORO - Nossa,
era um lider nato. Tinha o Vantuir que chegava mais na força e o De
Leon que organizava o time na hora de sair ali de trás. Ele ditava o
ritmo do time , juntamente com o Vilson Tadei no meio campo.
Grêmio
Campeão Brasileiro 1981 - Newmar, Leão, Paulo Roberto, China, casemiro e
De Leon, Agachados: Tarciso, Vilson Tadei, Baltazar, Paulo Isidoro e
Odair
FTT
- Esclareça para os leitores do blog FTT como é esta sensação , este
momento que o jogador vive . Você foi criado dentro do Atlético, torce
para o clube e depois foi para o Grêmio. Como você se sentiu ao jogar
pelo tricolor gaucho contra o Galo dentro do Mineirão, perante a torcida
atleticana?
PAULO ISIDORO - É
a coisa que eu mais gostava. Não era porque eu tinha raiva do Atlético
não. Era um desafio onde você tinha que realmente mostrar seu lado
profissional. Então você vem com mais força, com mais vontade. Eu acho
inclusive que é o grande momento para o jogador mostrar seu lado
profissional, de superação.
A INESQUECÍVEL SELEÇÃO BRASILEIRA DE 1982
FTT
– Suas atuações foram tão destacadas que Tele passou a te convocar para
a seleção brasileira. Como foi fazer parte daquele grupo que foi
chamado para a Copa de 1982 ?
PAULO ISIDORO - Olha
naquele ano que eu fui convocado pelo Telê, não tinha como eu não ir.
Eu estava numa fase extraordinaria, estava voando, jogando muito mesmo.
Neste ano eu ganhei a Bola de Prata e a Bola de Ouro disputando com o
Zico. Eu vou ser sincero. Quando eu fui chamado para fazer parte daquele
grupo eu pensei comigo: eu não tenho que ficar cheio de humildade não,
eu fui chamado porque eu merecí, pelo que eu venho jogando e sei que tenho meu lugar neste time. E fui em busca do meu espaço pois
se eu era o Bola de Ouro que quer dizer o melhor jogador do campeonato,
eu sabia que tinha todas as condições de estar ali e não era favor.
Edvaldo, Paulo Isidoro, Tita e Cerezo contra os argentinos no Mundialito do Uruguai em 1980.
FTT –
Você foi titular da seleção durante quase toda preparação para a
Copa.Notava-se que você ajudava muito a cobrir as subidas de Leandro ao
ataque e estava muito bem encaixado no esquema. Porque na hora H, quando
começou a copa Tele te colocou na reserva?
PAULO ISIDORO - Olha
eu tambem nunca entendi isto. Sei que o Telê Santana me decepcionou
muito com isto. Gosto demais do Telê , pois foi ele quem me lançou e
tudo, mas nesta parte aí ele foi erradíssimo de não ter me colocado.
Porque? Porque o time estava entrosado . O Leandro ia para o ataque numa
tranquilidade só pois sabia que eu o cobria. Eu fazía a cobertura do
Zico tambem e ocupava os espaços ali. Então eu fiquei muito magoado com
minha saída e até hoje eu tenho esta magoa.
Até
o Jô Soares entendeu minha importancia na época pois ele ficava com
aquela brincadeira de "Coloca ponta Telê!" e depois admitiu que minha
participação no time era fundamental.
FTT – Contra a Itália você acha que faltou concentração ?
PAULO ISIDORO - Não.
O time entrou como sempre, concentrado e focado na partida. No mundo do
futebol acontece coisas como esta que a gente não sabe explicar. Como
justificar um time superior com o nosso perder. Mas perdeu e acho que
aquele dia , era um dia de Paolo Rossi e de uma Italia vencer aquela
partida. Era coisa do destino mesmo e o destino reserva supresas para a gente.
Zico sofre a marcação de Gentile enquanto Paulo Isidoro observa mais atrás.
FTT - Você acha que ouve falhas individuais nesta partida?
PAULO ISIDORO - Não,
a equipe errou no posicionamento em dois gols. A imprensa na epoca
tentou trasferir a culpa para o passe do Cerezo. Absurdo. Todos erraram.
AGORA QUEM DÁ BOLA É O SANTOS
FTT - Depois da Copa você foi para o Santos. Como foi esta mudança?
PAULO ISIDORO - Eu
me reuni com o Milton Teixeira e ele me disse que precisava ganhar um
titulo. Ele me falou que estava me levando pra lá pois eu era um
ganhador de tituloss e eu disse que ele estava levando o cara certo. Eu
disse a ele que estava a tres anos no sul, estava bem mas foram tres
anos de frio e já não estava aguentando mais. Ele me contratou então e
me disse que estavam pensando em trazer o Serginho Chulapa mas que tinha
receio porque o serginho é muito complicado, poderia trazer problemas.
Foi então que eu disse. "Traz o homem que nós vamos fechar este grupo e
ele não vai dar problema não. Ele vai se enquadrar pode ter certeza".
Não deu outra. Ele veio, foi artilheiro.
Serginho Chulapa e Paulo Isidoro comemorando mais um gol santista em 1984.
Paulo Isidoro e Pita comandando o meio campo do Santos.
FTT - E você cumpriu o prometido ao presidente tambem. Campeões paulistas.
PAULO ISIDORO - Pois
é. Fomos campeões paulistas e ainda vice brasileiros. Nosso time era
muito bom. Nosso meio era com Dema, Paulo Isidoro , Humberto e Pita.
FTT - A final do campeonato paulista contra o Corinthians você se lembra desta partida?
PAULO
ISIDORO - Me lembro por dois motivos. Primeiro porque eu estava fazendo
este jogo e foi o falecimento do meu pai e depois porque fomos os
campeões. Meu pai estava sendo velado naquela noite do jogo em Belo
Horizonte. Eu fui pro jogo assim mesmo e conseguimos um titulo que o
Santos perseguia algum tempo. Conseguimos ser campeões.
FTT - Neste time do Santos tinha ainda o Zé Sergio.
PAULO ISIDORO - Nossa,
Zé Sergio jogava demais. Ia pra cima mesmo e levava os laterais. Nós
comentávamos entre nós, que este nosso time era praticamente imbativel.
Dentro da Vila então a gente não perdia de jeito nenhum.
(A
campanha do Santos foi mesmo espatacular . Foram 38 jogos com 22
vitorias,13 empates e apenas 3 derrotas. Foram 54 gols a favor e somente
19 contra)
FTT - E este time começava simplesmente com rodolfo Rodriguez no gol.
PAULO ISIDORO - Nossa
senhora. Rodolfo Rodriguez era brincadeira. Para mim foi o maior
goleiro com quem eu tive a oportunidade de jogar. Depois vem o Ortiz no
Galo.
FTT - E o Ortiz saiu praticamente expulso do Atlético.
PAULO ISIDORO - Olha
esta é uma das maiores magoas que eu tenho . Adoro a torcida do
Atlético mas o que eles fizeram com o Ortiz foi covardia, eu não perdoo
nunca. Fiquei muito magoado com o que els falaram para o Ortiz. Era um
excelente profissional, dedicado, cara de carater.Muitas vezes acontece
coisas assim no futebol. O torcedor incoonsequente fala bobagens, lança
coisas no ar. Vem a imprensa que gosta de oba oba e acaba com o
jogador.
(Ortiz foi acusado pela torcida atleticana de entregar os dois jogos finais de 77 para o Cruzeiro ajudando o uruguaio Revétria)
A VOLTA PARA O ATLÉTICO EM 1985
FTT - Você então voltou para o Atlético?
PAULO ISIDORO - Voltei.
Eu estav triste em Santos. Não pelo clube e torcedores. É que eu tinha
perdido meu pai e eu com minha mãe eramos carne e osso e ela estava
sofrendo muito. Eu sentia saudades tambem e resolvi vir embora pra ficar
perto da familia.
Voltei para o Atletico em 85 e vencemos o campeonato em 85 e 86 dando uma renovada na carreira.
Atlético
bicampeão mineiro 1986 - João Leite, Elzo, Nelinho, Oliveira, Luisinho e
Nena; Agachados: Sergio Araujo, Paulo Isidoro, paulinho, Everton e
Edivaldo.
PAULO ISIDORO VAI JOGAR NO VELHO RIVAL CRUZEIRO
FTT - E quem diria Paulo Isidoro foi jogar no grande rival, o Cruzeiro. Como foi a recepção dos jogadores e da torcida?
PAULO ISIDORO - Fui
muito bem recebido, tanto pelos jogadores e dirigentes mas tambem dos
torcedores.Foi a maior alegria que eu tive em uma contratação. Não pelo
lado financeiro mas a chance de ir jogar no rival, a torcida não tem
ideia de como isto é gostoso. Você ser nascido em um clube e depois ir
jogar no rival. Eu confesso que não tinha palavras para agradecer a
recepção que eu tive no Cruzeiro. Para o meu ego foi muito bom pois era
meu sonho, era minha vontade. Lá no sul tambem eu tinha muita vontade de
ter jogado no Inter para conhecer como era do outro lado.Só que lá não
teve jeito.
FTT -Infelizmente você pegou o Cruzeiro em tempo dificeis?
PAULO ISIDORO - Foi.
Eu cheguei em 88 e fiquei até 90. Foi uma decada dificil para o clube
mas mesmo assim eu tive a felicidade de ser campeão mineiro em 1990 pelo
clube.E nosso time não era ruim não. Tinha o ponta esquerda Edson que
foi campeão com o Coritiba, o Balu, Adilson, o Ademir, o Careca que
começou arrebentando.
FTT - E neste time você jogou tambem com o Wladimir?
PAULO ISIDORO - Joguei. Puxa, Wladimir era bom demais. lateral com muita força fisica e qualidade tecnica tambem. Excelente!
Paulo isidoro e Bruno na escolinha de treinamentos do ex craque.
FTT
- Hoje você tem um filho jogando no junior do Cruzeiro e ele vem se
saindo muito bem. Acaba de ser campeão brasileiro sub-20 no RS. Porque
jogar no Cruzeiro e não no Atlético?
PAULO ISIDORO - É,
na verdade eu tenho tres filhos. Todos eles jogavam na minha escolinha
mas os dois mais velhos resolveram parar e só o Fabricio continuou.
Aconteceu que fomos fazer um amistoso do meu time contra o Cruzeiro lá
na Toca. Fizemos um otimo jogo contra o Cruzeiro, perdemos a partida mas
deixamos uma ótima impressão. O Alexandre Gracieli então viu o fabricio
se destacando juntamente com o Assis que era outro menino do time.
Então ele convidou o Fabricio para fazer um teste no Cruzeiro. Perguntou
a ele quem era o pai dele e o Fabricio falou que era o Paulo Isidoro. O
diretor veio então falar comigo e perguntou se tinhaalgum problema.
Como você fala "não" para um clube como o Cruzeiro e a estrutura que ele
tem? Não é porque eu comecei no Atlético que meu filho tem de começar
lá.
Hoje
ele já está a cerca de 8 anos no Cruzeiro, está no junior agora fazendo
um bom trabalho.Eu sempre comento com ele que é dificil esta transição
para o time profissional, ainda mais em um clube como o Cruzeiro que só
tem craque. Porem falo pra ele fazer bem o trabalho dele que uma hora
chega e se não chegar no Cruzeiro para o time que voc~e for vai com uma
refrencia de um grande clube.
Paulo Isidoro | WWW,FUTEBOLRETRO.NET |
FTT - Você acha que o estilo do Ramires parece com o seu ?
PAULO ISIDORO - Acho
que parece muito. Se alguem me perguntasse hoje como eu atuava
antigamente eu diria para a pessoa ver o Ramires jogar que era
igualzinho. Passadas largas, cobrindo ali atrás e chegando na frente
fazendo seus golzinhos.O Ramires tem melhorado a cada dia. Fez um golaço
outro dia , vem crescendo muito.É um jogador que o treinador pode usar para fazer um quadrado ,liberando um meia.
FTT - Você acredita que os times atualmente poderiam jogar ainda com pontas.
PAULO ISIDORO - Poderiam
sim. Claro que não aqueles pontas parados mas voltando pra ajudar na
marcação. O time recuperou a bola você abre nas pontas porque vai
segurar o lateral deles lá atrás. Jogar com dois pontas abertos é um
risco pois pode sacrificar os homens de meio campo mas por outro lado
foi como eu disse, vai segurar os laterais do time deles. Eu sou fã do
Thiago Ribeiro do Cruzeiro. Jopga como um autentico ponta que cai pro
meio e finaliza muito bem. Chuta muito bem em gol. Ele tem facilidade em
bater tanto de esquerda quanto de direita. Você ve que ele está
disparando a fazer gols no Cruzeiro.
FTT - Você que jogou com tantas feras do nosso futebol, aponte seis ou sete dos maiores jogadores que você viu.
PAILO ISIDORO - Graças
a Deus você falou seis ou sete porque se voçe me pede apenas um iria
ficar complicado escolher (risadas). Eu começo com Reinaldo que eu
sempre admirei muito. O Dirceu Lopes, o Zé Carlos. O Maradona, Zico,
Socrates, Cerezo, Luisinho. Era craque demais. Se você começar a lembrar
não para mais. No caso do Maradona é diferente porque eu quando ia
jogar contra os argentinos eu ficava louco, eu queria ganhar de qualquer
jeito. Mas você não pode deixar de reconhecer um cara como o Maradona. É
um jogador que entra na lista de craques de qualquer um do mundo.
FTT - Para finalizar qual foi o grande time que você jogou entre todos?
PAULO ISIDORO - Nossa
é dificil. Olha o time do Atlético na decada de 70 era brilhante. Eu
muitas vezes via torcedores na porta do estadio perguntarem pra mim,
Reinaldo e Cerezo de quanto seria o placar naquele dia. Nosso time era
muito bom, era muito tecnico.O time do Santos foi muito bom tambem. O
Grêmio já era um time mais tarimbado . Não tinha jogador show neste
time. Se você for olhar vai ver que não tinha aquele jogador "show"
neste time mas a equipe sabia o que queria e pronto. Ia lá e ganhava. Já
o Atletico tinha por exemplo o Reinaldo que a gente reverenciava dentro
de campo e muitas vezes a gente pensava: poxa, como que este cara fez
isto? O time do Santos tinha o Pita que era um jogador fantástico. Tinha o Zé Sergio, aquele jogador malabarista.
Encontros eternizados - TITE & MILTINHO
O cantor Miltinho de pé assiste ao craque santista Tite tocar piano. Um encontro eternizado nos anos 50.
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