A Revista do Esporte de 28 de Dezembro de 1968 trazía em sua capa uma foto do jogo entre Santos x Cruzeiro que era um dos maiores clássicos do Brasil na época. Este jogo terminou com a vitoria santista por 2x0 com gols de Pelé e Toninho. Na foto acima vemos Procopio pelo lado esquerdo chegando para dar combate em Pelé e pelo lado direito Pedro Paulo. Neste jogo numa dividida com Pelé , Procopio teve uma lesão gravissima que o afastou do futebol por mais de 3 anos.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Esquadrão Inesquecivel - PALMEIRAS 1996
A
série Esquadrão Inesquecivel desta semana relembra a obra-prima de
Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras de 1996, equipe que exerceu um domínio
avassalador no Campeonato Paulista daquele ano, e que só não fez uma
história maior porque foi desmontada de uma forma lastimável, processo
que começou com a ida de Muller para o São Paulo na fase final da Copa
do Brasil. Sem ele, o alviverde caiu diante do Cruzeiro e ficou fora da
Copa Libertadores.
O time começava com Velloso, que vivia uma ótima fase, e contava com dois ótimos laterais – Cafu e Júnior, injustiçado na seleção. A zaga tinha o seguro Cléber, que fez muitos gols naquele ano, e Sandro Blum. No meio, os operários Amaral, Flávio Conceição e, algumas vezes, Galeano, davam suporte para o melhor quarteto ofensivo do futebol brasileiro em muito tempo. Luizão nunca foi um gênio, mas aproveitou bem as chances criadas pelos geniais Djalminha, Muller e Rivaldo.
Era esse o time base do ataque dos 100 gols, que marcou 102 vezes em 30 jogos, uma assombrosa média de 3,4 gols por partida. Luizão foi o artilheiro do time com 22 gols (Giovanni, pelo Santos, fez 23 e foi o artilheiro do campeonato), seguido por Rivaldo (18), Muller e Djalminha (15 cada um) e pelo zagueirão Cléber (7).
Em pé: Velloso, Júnior, Sandro, Rivaldo, Cafú, Flávio Conceição e Cléber
Agachados: Luizão, Amaral, Muller e Elivelton
Foi
a melhor campanha na história do Paulistão em todos os tempos,
superando até os temidos Santos de Pelé e a Academia de Ademir da Guia.
Com uma campanha de 30 jogos, 27 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota(
contra o Guarani em Campinas), 19 gols sofridos e espantosos 102 gols
marcados, o Palmeiras arrebentou naquele ano, triturando tudo e todos
que tiveram o azar de ficar frente a frente com esta verdadeira máquina
mortífera, montada por Luxemburgo e pela parceria Palmeiras-Parmalat.
Era um time rápido, que aterrorizava a todos, com uma artilharia mortal formada por Rivaldo, Djalminha, Muller, e Luisão, um meio campo pegador, com Amaral e Galeano, alas de altíssima qualidade como Cafu e Junior, uma defesa segura com Cleber e Sandro, além de Velloso, segurando tudo lá atrás. O time começou o campeonato metendo 6×1 na Ferroviária e 7×1 no Novorizontino na seqüência, acostumando muito mal a torcida verde, que quando o time ganhava “apenas” de 3×0 ou menos, vaiava os jogadores como se fosse uma derrota. O Paulistão de 96 foi de pontos corridos, e o titulo veio matematicamente em 2 de junho de 96, no Palestra Itália abarrotado por mais de 27 mil torcedores que foram ver outro show daquele timaço.
O jogo foi contra o Santos, e o Palmeiras venceu por 2×0 , com gols de Luisão e Cleber. Naquele ano venceram ainda o São Paulo por 2×0 e 3×2, o Corinthians por 3×1 e empate de 2×2, e o Santos por 6×0 e 2×0, e um inacreditável 8×0 no Botafogo de Ribeirão Preto
Ataque dos 100 gols
Na
verdade não foram 100, mais sim 102 gols na campanha do Campeonato
Paulista de 1996, dando uma média de incríveis 3,4 gols por partida.
Essa foi a melhor campanha do futebol brasileiro desde que foi
implantado o profissionalismo, em 1933.
O
Palmeiras possuía uma das melhores equipes já formadas no futebol
brasileiro em toda história, a equipe base dessa conquista tinha a
seguinte formação: Velloso; Cafu, Sandro, Cléber e Júnior; Galeano,
Amaral, Rivaldo e Djalminha; Müller e Luizão
O craque Djalminha, maestro da máquina verde de 1996.
Para
se ter idéia do poder dessa equipe, vale lembrar que a maior parte
desses jogadores tiveram importantes passagem pela Seleção brasileira, o
lateral-direito Cafú, por exemplo, foi o capitão do pentacampeonato
brasileiro na Copa de 2002, tendo ainda participado das duas Copas do
Mundo anteriores (1994 e 1998). O lateral-esquerdo Júnior e o
centro-avante Luizão foram reservas respectivamente de Roberto Carlos e
Ronaldo na Copa do Mundo de 2002. Rivaldo que chegou a ganhar o prêmio
de melhor jogador do mundo em 1999 pela FIFA, foi destaque da Seleção
vice-campeã do mundo em 1998 e da campeã de 2002. Djalminha, o jogador
mais técnico do time do Palmeiras de 1996, só não participou de nenhuma
Copa do Mundo devido seu temperamento polêmico, fato que para maioria
dos que admiram um futebol bonito foi uma das maiores injustiças
cometidas para com um jogador de futebol.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
O Craque disse e eu anotei - NARDO
Consegui
o telefone do Nardo através do meu amigo jornalista Celso Unzelte. Ele
ficou muito feliz por ter sido lembrado e deu a entrevista para o blog
FTT com muita satisfação e emoção. Confiram a matéria.
FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS: Como foi o seu começo no Corinthians?
NARDO:
Comecei em 1947 como infantil e fui campeão juvenil em 48. Passei pra
profissional de 49 pra 50. Na época a linha era formada por Cláudio,
Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário. Eu era reserva do Batata
(Baltazar), que era o maior ídolo da época. Quando ele ia pra Seleção
Brasileira, eu pegava o lugar dele. Joguei poucas partidas no time
campeão de 51.
Corinthians anos 50 : Cabeção, Homero, Idário, Touguinha, Julião e Rosalém. Agach: Cláudio, Luizinho, Baltazar, Nardo e Colombo
FTT: Como jogava esta linha que fez 103 gols?
NARDO:
O ponta-esquerda Mário era o maior driblador que tinha em São Paulo,
nunca vi ninguém igual pra driblar. Depois apareceu o Canhoteiro, mas o
Mário era mais habilidoso. Ele não queria fazer gols e, quando fazia,
dizia que errou, sendo que todos queriam fazer. Cláudio, Luizinho e
Roberto Belangero eram os que armavam o jogo. O capitão era o Cláudio,
que mandava no time do Corinthians e até no presidente Alfredo Ignácio
Trindade, pois tinha uma personalidade extraordinária. O Trindade veio
depois do presidente Fló Júnior. Na época o técnico era o José Castelli
(Rato) e depois veio o Oswaldo Brandão.Claudio, Luizinho, Carbone, Mario e Baltzaar - O ataque dos 100 gols em 1953.
FTT: Em 52 você foi emprestado para o Comercial. Fale sobre esta passagem.
NARDO: O presidente era o Rafael Oberdan de Nicola e ele contratou o Dino, Gino e eu. O ataque era Alcir, Gino, eu, Dino e Esquerdinha. Tinha também o Cavani, Pascoal e Lamparina. O Clóvis e o Alan jogaram no Corinthians.
FTT: Como foi a sua passagem pelo futebol italiano?
NARDO: Sinceramente eu não fui feliz, correspondi pouco ao que eles pretendiam na Juventus. A mãe da minha esposa estava doente e resolvemos voltar. Casei em 55, no mesmo ano que fui pra Itália, após o título do IV Centenário.
Mauricio Sabará e Nardo com a faixa da Juventus, clube que defendeu na Italia.
NARDO VAI PARA O RIVAL PALMEIRAS
FTT: Em 56 você veio para o Palmeiras. Fale desta época. Você atuou com o Waldemar Fiúme e o Mazzola?
NARDO: Joguei com eles. Depois teve a linha de 59, quando fomos campeões, com Julinho, Américo, Chinesinho e Romeiro. Tinha também o Ênio Andrade, Valdir, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Zequinha, Aldemar e Geraldo Scotto. O Aldemar, que veio do Santa Cruz, era o maior marcador do Pelé, não dava nenhum pontapé.
Nardo o pequeno Mauro Betting e o lendario
goleiro palmeirense Oberdan Cattani
FTT: Mas, antes deste
título de 59, houve um jogo histórico do Palmeiras, que foi uma derrota
de 7 a 6 para o Santos no Rio-São Paulo de 58. Inclusive você marcou um
gol nesta partida. Foi o jogo da sua vida?
NARDO: Não foi. Tive
muitas partidas mais vibrantes, como a do gol do Romeiro em 59, sendo
campeão em cima do Santos de Pelé. Foi uma melhor de três. No primeiro
jogo foi 1 a 1, o segundo 2 a 2 e, no terceiro, ganhamos por 2 a 1 de
virada. Vencemos o ataque que tinha Dorval, Jair, Pagão, Pelé e Pepe. O
baixinho Pagão era um fora-de-série.
59 - Djalma Santos, Valdir, Valdemar Carabina, Aldemar, Zequinha e Geraldo Scotto.
Agach Julinho Botelho, Nardo, Américo Murolo, Chinesinho e Romeiro.
NARDO: Ele teve o dom de Deus. Não aparece mais ninguém igual. Jogue contra Puskas e Pedernera, vi jogadores fora-de-série, mas como o Negão nunca apareceu. Foi um escolhido por Deus.
FTT: Houve algum jogador que te influenciou e que você queria imitar?
NARDO: Tinha o Zizinho que era armador, sendo que eu era atacante. Teve muitos jogadores. Não cheguei a ver o Leônidas jogar, pois era muito pequeno, mas sei que foi um fora-de-série. Havia o Pagão, que era muito habilidoso.
FTT: Quem foi o seu grande marcador?
NARDO: Teve muitos. O São Paulo tinha Bauer, Rui e Noronha. O Mauro Ramos de Oliveira foi o maior beque-central que vi jogar, era um craque, tinha muita categoria e habilidade impressionante.
FTT: Como foi o título do Super Campeonato de 59?
NARDO:
Foi muito importante, porque vencemos o time do Pelé, que era o maior
jogador do mundo. Vencer eles foi motivo de muita alegria. O Palmeiras
também tinha uma grande equipe.
O reporter Reali Junior com o microfone da TV Record,
logo a seguir Geraldo Scoto abraçando Nardo,
e Julinho sendo abraçado.
FTT: Você também jogou na Portuguesa?
NARDO:
Joguei entre 61 e 62. Atuei com Servílio (filho do Bailarino), Sílvio,
Jairzinho, Félix, Nélson, Ditão, Hermínio, Jutis, Vilela. O time da
Portuguesa era muito bom. Eram jogadores que já eram formados para serem
craques. O único grosso era eu (risos...). No Corinthians eu era
reserva do Baltazar, o que era muito orgulho pra mim, porque foi o maior
cabeceador que vi jogar, pois era o Cabecinha de Ouro, subia e marcava
os gols.
FTT: Qual destas duplas você se entendeu mais: Cláudio e Luizinho ou Julinho e Américo?
NARDO: Cláudio e
Luizinho. Um capitão como o Cláudio nunca mais aparecerá. Grande batedor
de faltas, era bom em tudo, mandava no time, escalava a equipe, um
jogador fora-de-série.
FTT: O que você tem achado do Corinthians e do Palmeiras nestes últimos anos?
NARDO:
Caíram muito em questão de time. O futebol de hoje é bem diferente do
que se jogava na minha época. Antigamente eram 5 atacantes, sendo que
hoje é matemático, com 3 ou 2.
Encontros eternizados - Brito, Carlos Alberto, Elis Regina, Pelé e Djalma Dias
Brito e Carlos Alberto Torres carregam a "pimentinha" Elis Regina, observados por Pelé e mais ao fundo Djalma Dias.
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